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Escritório de advocacia apresentou sub-procurador como funcionário
07/11/2003 | 00:37
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Documento produzido pelo escritório do advogado Affonso Passarelli Filho - preso pela Polícia Federal sob acusação de formação de quadrilha, facilitação de contrabando e venda de sentenças judiciais - apresenta como "nosso funcionário" o subprocurador-geral da República Antônio Augusto César.

Datado de 9 de outubro, o documento é uma carta endereçada ao Condomínio Edifício Capitania, na avenida Faria Lima, 2.894, Pinheiros, solicitando a elaboração de um cartão de entrada para Antônio Augusto e uma outra pessoa, identificada como Pedro Paulo Abrão.

Há oito dias, força-tarefa da PF e da Procuradoria da República invadiu o escritório, no conjunto 23, em busca de provas sobre a "organização criminosa" que envolve empresários, policiais, advogados e juízes. Os federais encontraram, além de papéis, um fuzil AR-15 debaixo de um sofá. A arma pertence ao agente César Herman, que também foi preso, apontado como elo entre contrabandistas e magistrados.

Amigo e cliente do advogado, Antônio Augusto foi chamado ao escritório e contou ter sublocado duas salas onde pretendia montar uma banca para assessoria eleitoral. A PF informou que "nas buscas não foi encontrado nenhum documento que o relacionasse com os investigados". Computadores do subprocurador não foram apreendidos.

Em ofício confidencial a Cláudio Fonteles, procurador-geral da República, Antônio Augusto informou que decidiu rescindir o contrato, o que fez por meio de carta que enviou, em 31 de outubro (um dia após a blitz), à advogada Maria Regina Marra Guimil, do escritório de Passarelli. Ele mandou cópia do ofício ao corregedor-geral do Ministério Público Federal, Wagner Gonçalves.

Na carta à advogada, ele se diz "ainda chocado" com a busca policial e pede "compreensão para sua intenção de não mais permanecer como seu sublocatário por entender que o fato é contraproducente à instalação nesse local do novo escritório que pretende abrir".

Antônio Augusto expressa "seu agradecimento pela acolhida" e seu "sincero desejo de que o dr. Affonso consiga comprovar seu não-envolvimento com os fatos motivadores da referida busca e apreensão."




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