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Técnico do Ramalhão
serve como espelho
Dérek Bittencourt
Do Diário do Grande ABC
28/02/2011 | 07:56
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Em 30 de junho de 2004, quando Sandro Gaúcho marcou o gol que deu ao Santo André o título da Copa do Brasil, diante do Flamengo, em pleno Estádio do Maracanã lotado com 80 mil rubro-negros, os atacantes Guilherme Salles, Rychely e Adriano Louzada não imaginavam um dia estar ao lado do herói andreense daquela conquista.

Os dois primeiros, ainda garotos, sonhavam em jogar em grandes clubes, enquanto o terceiro já era uma grata realidade no futebol português. Hoje, com todos juntos no Ramalhão, os atletas dizem utilizar o comandante como referência quando o assunto é gol.

"A gente o via jogar. Assisti aquela final da Copa do Brasil e serve como espelho de dedicação e empenho", afirmou Adriano Louzada, que herdou a camisa nove de Gaúcho, tinha 26 anos à época e atuava pelo Nacional (Portugal).

Rychely, que em 2004 ainda tinha apenas 17 anos, revelou que na cidade onde morava, em Rondônia, a maioria das pessoas - inclusive sua mãe - torciam para o Flamengo. Mas viram Sandro Gaúcho pôr fim ao sonho rubro-negro. "Tenho lembrança desse jogo. Vi os gols e me lembro bem dele", recorda-se o atacante.

Guilherme Salles, por sua vez, ainda era garoto em Ribeirão Preto quando o Santo André deu a volta olímpica no Maracanã (14 anos) e não tem muitas recordações. No entanto, aproveita da experiência do treinador para melhorar seu futebol. Aliás, esta não é a primeira vez que o jovem atacante trabalha com Sandro Gaúcho. "É excelente estar com ele. Dá conselhos agora no Santo André e já dava no Poços de Caldas no ano passado (quando ambos defenderam a equipe de Minas Gerais no Módulo II do Campeonato Mineiro). Ele passa detalhes, vai ensinando e eu aprendendo", afirmou Salles.

O próprio treinador confirma que procura passar o máximo de informações de suas experiências aos atuais comandados. E garante que cobra a perfeição. "Sou muito chato. A cobrança é grande sobre eles na finalização, movimento, cabeceio. Mas a gente cobra porque são eles (atacantes) que vão dar a vitória ao Santo André. Se fizerem no dia a dia dos treinos, será automático no jogo", explicou Sandro Gaúcho, segundo maior artilheiro da história do Ramalhão com 58 gols marcados.

De acordo com Rychely, o aprendizado com Sandro Gaúcho é diário. "A gente só tem a aprender com ele. Não tive dificuldades em trabalhar com professores que jogaram em outras posições, aliás a maioria deles foram zagueiros, mas é legal treinar com um ex-atacante, porque ele sabe como é que se faz", afirmou o jogador, artilheiro do Ramalhão no Campeonato Paulista com dois gols que, mesmo assim, se cobra. "Muitos diziam e eu concordo que preciso treinar mais finalizações e aperfeiçoar no dia a dia. E estou trabalhando para isso", concluiu.

Laís Elena, eleita a melhor treinadora da competição, também tinha motivos pessoais para comemorar. No clube há quase 50 anos, como treinadora desde a década de 80, resolveu distribuir o mérito com sua fiel escudeira a auxiliar Arilza Coraça.

"Metade desse troféu é dela. Ela me ajuda muito no dia a dia", conta a treinadora. "Estou feliz porque esse título é a coroação de um trabalho intenso, mas que no fim valeu muito a pena", finaliza.

 

Time quer aproveitar semana

 

Se levar em conta a quantidade de tempo que o Santo André teve a bola nos pés na derrota para a Ponte Preta (2 a 0), sábado, no Estádio Bruno Daniel, o Santo André teria goleado. Isso porque o time soube muito bem valorizar a posse da redonda, mas teve problemas em carregá-la até o gol e, sobretudo, armar as jogadas. Descontente, o técnico Sandro Gaúcho criticou a produtividade andreense.

"Tivemos o domínio falso da partida. Trabalhamos bem a bola, mas não conseguimos chegar. No jogo todo, demos apenas três chutes no gol", lamentou o treinador, que planeja trabalhar em cima disso durante essa semana visando o jogo contra o Palmeiras, domingo, no Estádio do Pacaembu. "Teremos uma semana boa para treinar, completa, e vamos trabalhar para recompor a equipe", emendou.

Segundo o goleiro Neneca, bastante criticado durante o revés contra a Macaca, apesar do resultado é possível ver melhora no time andreense. "Podemos melhorar mais, mas estamos evoluindo. Infelizmente o resultado não veio, mas mostrou-se aguerrido, determinado e querendo vencer."

JUSTIFICATIVA

Nos vestiários do Bruno Daniel, Sandro Gaúcho foi questionado sobre as alterações realizadas, sobretudo do lateral-esquerdo Valmir, que vinha bem na partida. "Coloquei o Chiquinho no lugar dele para tentar dar mais qualidade ao meio-campo. Assim, deixamos o Vitor Hugo mais fixo defensivamente do lado esquerdo, e colocamos o Rychely e o Allan caindo por aquele setor na frente", explicou o treinador.

Já as saídas de Adriano Louzada e Mario Jara foram táticas. "O Adriano estava com dificuldades para sair da marcação. Tentamos dar mais velocidade com o Igor. Já o Alex Silva entrou para segurar mais a marcação", justificou Gaúcho.




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