A cortina de fumaça em torno das eleições para a mesa diretora da Câmara de São Caetano está prestes a se dispersar. O nome do vereador Joel Fontes (PMDB) tem sido sondado por assessores do Palácio da Cerâmica como o quadro mais viável para conquistar a cadeira da presidência. O posto tão cobiçado, principalmente por integrantes do PTB, pode cair no colo do peemedebista que está se despedindo da carreira política no ano de 2012 após cumprir cinco mandatos subsequentes. Neste contexto, o pleito, que irá ocorrer no dia 15, se definiria pela rotatividade e compromisso com o grupo.

De acordo com informações, o cenário só não se manteria caso Joel dispensasse a indicação, que poderia ser consolidada pelo prefeito José Auricchio Júnior (PTB). A segunda opção é o vereador Flávio Rstom (PTB), também no quinto mandato e com forte proximidade com o chefe do Executivo. Questionado sobre as pretensões ao cargo, o parlamentar do PMDB, considerado de confiança e respeito entre os pares disse que, apesar de não brigar pela presidência, seria desafio interessante.

"Não fiz movimento, mas uma indicação iria coroar o desfecho do meu último mandato. Já dei minha contribuição como parlamentar, tive o apoio dos prefeitos que passaram por São Caetano nesses 18 anos e fecharia esse ciclo através de ótima relação com o Auricchio, que tenho como um amigo", argumentou Joel, que já fala na manutenção da sustentação ao prefeito. "Fico contente em saber que estou sendo cogitado", completou.

Liso, Rstom disse que as discussões ainda se mantêm abertas. "Não houve conversa para determinar a situação da mesa, porém estamos para reunir a bancada de sustentação da qual sairá nossos candidatos. Independentemente da cor partidária, nossa lista irá concretizar quadros do grupo", desconversou o petebista, sem revelar a data do encontro.

Já o parlamentar Paulo Pinheiro surpreende ao cobrar Auricchio em relação à fidelidade partidária. "Não aspiro a presidência, porém acredito que o nome tenha que sair do PTB, de modo algum dar esse poder a outra legenda. Isso não pode acontecer nunca. Seria errado apoiar nome de fora, não é normal", cravou.

O atual presidente da Casa, Gérsio Sartori (PTB), que era bem cotado para conquistar a reeleição, perdeu força e possui possibilidades remotas.

Posto está nas mãos do PTB desde 2001

 Desde 1982, a Prefeitura de São Caetano recebe as cores do PTB e, consequentemente, o panorama político se configura na presidência da Câmara, que a partir do início da década sempre conquistou o cargo de maior importância na mesa diretora.

O primeiro biênio da sequência da sigla (2001/2002) foi alcançado por Flávio Rstom (PTB) e a sucessão (2003/2004) ficou por conta de Paulo Pinheiro (PTB), que havia se convertido à sigla depois de deixar o PFL, em fase de transição para a formação do hoje DEM. O candidato seguinte conseguiu emplacar quatro anos consecutivos: Paulo Bottura (PTB) assumiu a cadeira em 2005 e fortaleceu o quadro para 2007/2008.

Apesar de dizer que acatará o posicionamento do prefeito José Auricchio Júnior (PTB), Pinheiro avalia que, diante da hegemonia do partido no Legislativo - com cinco cadeiras -, o panorama deve se manter em decorrência da autonomia da legenda.

"Partido aliado pode requerer outras cadeiras na mesa diretora e pode agregar em termos políticos, entretanto estamos no poder majoritário e temos quase 50% da Casa com as cores do PTB. Pela condição atual, não tem o porquê sair de nossas mãos", opinou o atual vice-presidente.

Pinheiro, que pleiteia a indicação de Auricchio para ser o escolhido do Paço às eleições municipais de 2012, rechaçou que as afirmações sejam meramente por questões de confiança. "Não que os vereadores das demais siglas sejam incapacitados mas, na minha concepção, levando em consideração a importância do posto, esse quadro tende a se manter como nos últimos anos."

Outro que articula nos bastidores para permanecer com as suas atribuições é o vereador Paulo Bottura (PTB), na condição de líder do governo, que deverá sentar com Auricchio até a próxima semana para manifestar o desejo de continuar como interlocutor entre Executivo e Legislativo.