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Logística: o setor que move a indústria
Luciele Velluto
Do Diário do Grande ABC
25/05/2008 | 07:45
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Por trás de todo o bloco industrial que ganhou força há cerca de três décadas no Grande ABC, os serviços ligados à indústria também conquistaram espaço para se desenvolver mais recentemente e a região mostrou uma especialização pouco divulgada: a logística.

Nas sete cidades, calcula-se que há 1.200 empresas de transporte, segundo o Setrans (Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do ABC), sem contar os fabricantes de palets e embalagens especiais para esse mercado, empresas de armazenamento e equipamento para o segmento de modal.

Além das vantagens em números, a região ainda apresenta a vantagem geográfica: está localizada entre a Via Anchieta e a Rodovia dos Imigrantes, que levam ao Porto de Santos; ao lado do maior mercado consumidor da América Latina, que é a cidade de São Paulo; próximo a Cumbica, o principal aeroporto do País; e ainda aguarda a inauguração do Rodoanel.

"Costumo brincar que o Grande ABC é a esquina do mundo", conta o presidente da Ryder Antonio Wrobleski Filho, ao comentar sobre a localização da região no mapa. "Para ser completo, só falta o Ferroanel", completa.

De olho nessa vocação ainda inexplorada, a ABML (Associação Brasileira de Movimentação e Logística) aposta na criação de um pólo logístico para atender à indústria. "A expectativa é que o segmento de logística cresça 8% neste ano. E no Grande ABC, esse incremento pode ser ainda maior", comenta Pedro Francisco Moreira, presidente do Conselho de Administração da entidade.

"O crescimento da indústria reflete a mesma proporção na logística. É um bom termômetro da economia, pois quando há aquecimento industrial, cresce a demanda. E quando há recessão, é uma das primeiras áreas a sofrer cortes", explica Moreira.

Demanda - Entre as empresas desse segmento, que começou a ser desenvolvido na região para atender às montadoras e às empresas químicas, está a Ryder. Há 13 anos no Grande ABC, tem 70% de seus serviços ancorados na indústria automobilística e conta com clientes como a Volkswagen, Toyota e General Motors - além da Honda e Fiat, que ficam em outras regiões.

A empresa também é a principal em seu segmento no transporte de produtos entre Brasil e Argentina e responde por 10% das travessias de mercadorias entre os dois países. "Hoje temos 600 equipamentos fazendo essa rota, o dobro do que tínhamos há três anos. Crescemos 25% nos últimos anos e devemos crescer 10% em 2008. Para a Ryder, já estamos em 2011", revela Wrobleski Filho, sobre os números e planos da empresa.

A Ceva Logistcs é outra empresa que também atua no setor automotivo, com 65% das suas operações destinados a clientes na área. "O crescimento da indústria é um desafio para as empresas de logística. Esperamos aumentar entre 10% e 15% as nossas operações ainda neste ano. Temos projetos para o Grande ABC", garante Ruy Nogueira, gerente de Desenvolvimento de Negócios da prestadora de serviços dedicados à indústria.

O aquecimento da economia nacional também traz otimismo para a Transportadora Grande ABC, que viu seus serviços aumentarem 35% no primeiro quadrimestre deste ano. "E esperamos fechar 2008 com crescimento de até 60%. Temos o privilégio de estar nessa região, não só pela indústria, mas por ser uma das mais representativa em logística nacional e internacional", afirma Antonio Caetano Pinto, presidente da empresa e do Setrans.




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