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Torroes de açúcarconquistam mercado
Walter Wiegratz
Da Redaçao
19/06/1999 | 20:04
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O sucesso do Ateliê do Açúcar, de Santo André, fabricante de torroes de açúcar e suspiros coloridos, é atribuído pela empresária Tânia Corrêa Simoes a uma "divina inspiraçao". Ela conta que despertou para o negócio de repente. "Estava na varanda da minha casa e perguntava sobre o que fazer da vida, até que veio a inspiraçao, como se um anjo tivesse soprado a idéia de fabricar torroes de açúcar na minha mente."

A empreitada já conquistou grandes redes de supermercados da regiao metropolitana de Sao Paulo, expande-se para outros Estados e tem a expectativa de chegar ainda neste ano à famosa Harrod's, a mais badalada loja de variedades de Londres, na Inglaterra.

O Ateliê do Açúcar fatura R$ 12 mil por mês oferecendo ao mercado um produto diferenciado dos tradicionais torroes brancos. Eles sao coloridos em tom pastel. Os suspiros multicoloridos também sao uma novidade da empresa.

De início, o primeiro obstáculo a ser superado foi a descrença de parentes e amigos. "Minha mae achou que eu estava brincando de casinha." Nao estava. Tânia sabia que o hábito de utilizar torroes para adoçar cafés, chás e sucos era comum na Europa e nos Estados Unidos. Só restava, entao, a desafiadora missao de difundir a prática nas mesas brasileiras.

A fim de dar consistência à sua inspiraçao, Tânia pesquisou a viabilidade de utilizar o açúcar de beterraba na confecçao dos torroes. "Nao deu certo. Depois de oito meses de tentativas eu quase desisti. Foi aí que começamos a explorar a cana-de-açúcar como matéria-prima, até encontrar a formulaçao ideal." A fórmula secreta dos seus torroes, ela guarda a sete-chaves, escondendo, inclusive, o processo de fabricaçao.

Até entao, a empresária que interrompera a trajetória de uma bem-sucedida pet-shop para cuidar da gravidez, sequer tinha sonhado que poderia transformar o habitual uso de torroes de açúcar em um bom negócio.

Enquanto desenvolvia a fórmula dos torroes, Tânia procurou o Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) a fim de receber assessoria para administrar sua empresa individual e definir as condiçoes de mercado para lançar o seu produto. Por intermédio do Sebrae, ela adequou o preço e desenvolveu embalagens apropriadas. "Tudo isso, de graça", frisa.

O Ateliê do Açúcar já conseguiu clientes de peso, como a Coop e o Pao de Açúcar, além de vender para vários supermercados e shoppings na capital. A pequena empresa já vende também para os Estados do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás.

Franca expansao - O faturamento de R$ 12 mil por mês é uma quantia que a empresária julga modesta demais para a forte demanda de mercado. "Eu estou até dispensando pedidos porque estou com a produçao comprometida", afirma, sem esconder que já tem procurado um galpao para expandir sua fabricaçao. Ao mesmo tempo, Tânia nao descarta a possibilidade da entrada de um sócio no empreendimento.

Perguntada sobre o potencial de expansao do Ateliê do Açúcar, ela se mostra evasiva. "Na verdade, nao tenho condiçoes de prever o crescimento da empresa, mas o fato é que temos mercado e podemos multiplicar nossas vendas." Detalhe: ela nao vende para o consumidor final.

Com a assessoria de comércio exterior ministrada pelo Sebrae, Tânia também se prepara para exportar. "Uma prima visitou a loja Harrod's, em Londres, e constatou que eles nao tinham um fornecedor habitual de torroes de açúcar e se mostraram interessados em meu produto. Já enviei folhetos de divulgaçao para a loja", afirma. Ela acredita que cerca de 30% do que produz pode ir para o mercado externo.




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