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Grande ABC ainda é dos metalúrgicos
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
01/05/2010 | 07:00
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Conhecido como berço das montadoras no País, o Grande ABC é, ainda, a região dos trabalhadores metalúrgicos, mesmo com as mudanças econômicas dos últimos anos e o florescimento de empresas de serviços e comércio na região, segundo especialistas.

O emprego nas fabricantes locais de veículos se mantém como referência no País, apontam os analistas, pelos bons salários (em média R$ 3.300), pelos benefícios oferecidos e pela possibilidade de se construir carreira nessas companhias, entre outras vantagens.

Marcelo Felix, 38 anos, é um dos que fez sua trajetória profissional dentro de uma montadora. Supervisor de produção da Volkswagen, ele conta que iniciou na empresa, com 14 anos, ao passar no disputado teste (1.200 candidatos para 200 vagas) para a escola do Senai dentro da fábrica da unidade Anchieta.

Felix fez Senai durante dois anos, passou por estágio na produção da empresa em 1988, e foi efetivado nesse ano. Aos poucos foi subindo na carreira, sempre buscando se aprimorar nos estudos. Fez escola técnica e depois faculdade de tecnologia de processamento de dados e pós-graduação em gerenciamento de manutenção. A companhia bancou cursos, como o de visão de negócios, ministrado pela FGV, e um programa de gestores de fábrica.

De origem simples (pai taxista e mãe costureira, que só cursaram até a quarta série), Felix coordena hoje equipe de cerca de 700 pessoas na fábrica. "Tudo que eu consegui foi através da Volkswagen", afirma, com orgulho.

Outro trabalhador desse ramo, Celso Luiz da Silva, 43 anos, que trabalha há 20 anos na General Motors, cita diversas vantagens de trabalhar em montadora.

Além de bons salários, cursos pagos pela empresa, seguro-saúde, plano odontológico e ônibus fretado para levar para o trabalho, por exemplo, Silva destaca a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) - neste ano, os empregados pleiteam R$ 8.000. "Quem entra não quer sair mais", afirma o metalúrgico, que é avaliador de veículos da área de qualidade e diretor de base do sindicato de São Caetano. Ele sonha em ver, no futuro, seus filhos também empregados na GM.

FAMÍLIA - O soldador Nélio Profírio, 44 anos e há 19 na Mercedes-Benz, incentivou sua filha, de 21 anos, que entrou recentemente na empresa. E ele não poupa elogios. "A Mercedes é um dos melhores lugares para se trabalhar, mesmo entre as indústrias metalúrgicas", afirma.

Profírio, que também é sindicalista (é diretor de base do sindicato dos Metalúrgicos do ABC) lembra que, ao longo do tempo, o trabalho de soldagem foi sendo automatizado.

"Em 1995, a montadora fez uma reestruturação produtiva. Já tinha alguns robôs, mas o número dobrou, e foram colocadas novas tecnologias de controle de qualidade." Por conta dessa evolução, ele fez Senai, bancado pela Mercedes, para se adaptar às novas exigências. "A montadora investe bastante no trabalhador", acrescenta.




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