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Terra onde Jesus nasceu passa por tempos difíceis
Da AFP
13/12/2006 | 17:09
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Enquanto a cidade de Belém, na Cisjordânia, se prepara para as celebrações do Natal, a terra onde Jesus nasceu enfrenta um dos piores momentos de sua história.

"Este ano, a terra natal de Jesus, embora inspiradora, vive um de seus capítulos mais negros", disse a jornalistas nesta semana o prefeito de Belém, Victor Batarseh, em seu tradicional discurso de Natal.

O muro de separação construído por Israel e que corta a Cisjordânia representa um suplício para esta cidade de cerca de 40 mil habitantes, impedindo o acesso a fazendas e isolando trabalhadores de seus empregos em Jerusalém, apenas alguns minutos ao norte.

"Hoje vivemos no que se assemelha a uma grande prisão", disse Batarseh, de 71 anos, um ex-ativista da Frente Popular de Libertação da Palestina, de orientação marxista.

"A entrada de turistas e peregrinos foi severamente afetada pelas duras e injustificadas medidas de segurança israelenses na entrada de nossa cidade sagrada", denunciou.

Antes da explosão da Segunda Intifada (ou levante palestino), em setembro do ano 2000, um milhão de turistas e peregrinos cristãos visitavam anualmente o local onde Jesus nasceu. Hoje, este número despencou e só são vistos alguns poucos grupos.

"Normalmente às vésperas do Natal, Belém costumava ficar lotada de turistas e peregrinos", disse o prefeito. "Agora, como você pode ver, a pequena cidade parece tão silenciosa, sob a sombra deste muro". Segundo o prefeito, o muro arrasou os fazendeiros palestinos também, afirmando que 7.000 "dunums" (cerca de 280 hectares) de terras aráveis foram confiscadas para abrir caminho para os blocos de cimento da barreira e suas temidas torres de guarda.

"Muitos fazendeiros palestinos têm acesso negado a suas terras para fazer a colheita", disse Batarseh. "Muitos outros não têm acesso aos mercados para vender sua produção". A redução do número de turistas, os fechamentos feitos por israelenses e os limites severos na permissão de trabalho dos palestinos fizeram o desemprego em Belém chegar a 65%, acrescentou.




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