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Auricchio visa selo Cidade Amiga do Idoso
Beto Silva
Do Diário do Grande ABC
16/09/2011 | 07:30
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O prefeito de São Caetano, José Auricchio Júnior (PTB), tem uma meta ambiciosa para atingir antes do término do mandato, em dezembro de 2012: ser a primeira cidade do Brasil a obter o selo Cidade Amiga do Idoso, conferido pela Organização Mundial de Saúde.

"Temos de cumprir um protocolo gigante, mas estamos bem avançados, praticamente fechando as obrigações. Antes de ir embora da Prefeitura, quero deixar essa classificação", vislumbra.

Além dos projetos voltados para as pessoas acima de 60 anos já promovidos pela administração, o petebista iniciará programa de orientação e preparação de porteiros e zeladores de prédios para ambientá-los a ajudar os idosos. "É fazer com que as políticas públicas penetrem no cotidiano das pessoas. Temos usado nesse sentido muito o Programa Saúde da Família, que está tendo quase uma vertente específica para a terceira idade."

CS10.4Na gestão Auricchio, São Caetano dobrou de dois para quatro (um quinto será construído) os centros de atenção à terceira idade e profissionalizou o serviço com médicos especialistas - antes havia apenas atividades de lazer, esportivas e culturais. Outros projetos que o município desenvolve para o idoso são dentistas-geriatras, universidade específica (UniMais), cartão Mais Medicamento, programa de recolocação profissional Agente Cidadão Sênior, academias, cursos de idioma e informática.

 

LIVRO

Muitas dessas ações foram idealizadas em trabalho realizado por Auricchio no período de 1998 e 2003, quando atuou em empresa de assistência médica domiciliar. Essa experiência de seis anos também ofereceu conteúdo para o prefeito escrever um livro. ABC da Terceira Idade (NACL Editora, 112 páginas, preço sugerido de R$ 17) será lançado amanhã, às 9h, no Buffet Status (Rua amazonas, 530, Centro), quando Auricchio completa 49 anos.

Apesar de o título remeter à região, a obra não faz referências específicas às sete cidades. Vale para todas os idosos e pessoas que tenham parentes acima de 60 anos na família. Trata-se de "uma coletânea de informações", como define o autor estreante, retiradas de experiências práticas. "Não tem nada técnico, é um guia prático para o idoso e família, que muitas vezes não sabem lidar com situações peculiares da idade."

Em seis capítulos, o livro passeia por assuntos como direitos do idoso (desde planos de saúde e remédios até moradia e transporte gratuito) e doenças mais comuns da faixa etária (mal de Parkinson, câncer de mama, catarata, diabetes, menopausa, disfagia - dificuldade de deglutir -, disfunção erétil, hipertensão, HIV, doenças da próstata e reumáticas). Demências, como mal de Alzheimer, e depressão têm capítulo específico. Auricchio fecha a obra com dicas de atividades físicas e nutrição.

O prefácio é de Alexandre Kalache, doutor pela Universidade de Oxford, diretor por 13 anos do Programa Global de Envelhecimento e Saúde da OMS e, desde 2008, assessor da presidência da academia de Medicina de Nova York. "Ao ler o ABC da Terceira Idade, independentemente de sua idade, o leitor perceberá claramente como o idoso pode ser um cidadão ativo, ocupando novos papéis sociais e familiares - não só o vovô ou o aposentado, mas também o profissional, o aluno, o namorado, o esportista", discorre. As ilustrações são de Marco Vogt.

 

Para petebista, políticas para 3ª idade são precárias no País

 

São Caetano ostenta números invejáveis: tem o maior Índice de Desenvolvimento Humano do Brasil (0,919) e é uma das cidades com maior expectativa de vida do País (87 anos e 2 meses). Mas essa não é a realidade brasileira, principalmente no tocante ao idoso. "As políticas públicas para a terceira idade no Brasil são precárias, faltam investimento e vontade política", analisa José Auricchio Júnior.

Para o prefeito, há falta de mobilização da sociedade para cobrar os governantes. E, às vezes, isso ocorre por falta de conhecimento sobre o tema. O objetivo do livro é contribuir para melhorar essa situação. "Se isso for atingido, vou me sentir um pouco mais útil para a população", salienta o autor do ABC da Terceira Idade.

"Os governos têm obrigação de estarem na vida do idoso. Há políticas importantes para recém-nascidos, crianças, adolescentes, jovens, mulheres. Para os idosos também tem de ter. Nós temos um vasto conhecimento sobre eles, mas não temos aplicação de ações, porque depende de vontade política, de financiamento", analisa Auricchio.

A contribuição que o petebista quer dar com a obra está apresentada por dados e dicas de prevenção e cuidados. Há informações importantes como: 75% das lesões em idosos acontecem dentro de casa; 34% das quedas provocam fratura; e 46% ocorrem no trajeto entre o banheiro e o quarto.

No âmbito dos exemplos práticos de melhoria da qualidade de vida de pacientes com mais de 60 anos, o chefe do Executivo cita complicações de doenças por falta de acompanhamento por um parente. "O paciente junta todas as receitas que recebeu nos últimos meses e, ainda que o médico diga para substituir a aspirina por hidantal, ele toma a aspirina e o hidantal. É síndrome de polifarmácia, que dentro de casa resolveria, mas a família não tem o conhecimento."




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