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Primeiro palestino é morto na Faixa de Gaza desde começo da trégua
Da AFP
13/12/2006 | 18:35
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Um palestino foi morto nesta quarta-feira na Faixa de Gaza por tiros israelenses, pela primeira vez desde a entrada em vigor de uma trégua neste território, onde a violência partidária foi retomada com o assassinato de um juiz membro do braço-armado do Hamas.

O palestino morto pelo exército israelense, cuja identidade não era conhecida, foi atingido na cabeça por tiros no leste da cidade de Gaza, indicou uma fonte médica. Duas outras pessoas ficaram feridas.

"Um homem armado foi identificado pelas forças militares no norte de Karni (ponto de passagem das mercadorias entre a Faixa de Gaza e Israel), com uma arma e uma granada. Ele passava perto da barreira de segurança e as forças militares atiraram e o atingiram", afirmou um porta-voz do exército israelense.

Trata-se da primeira vítima de conflitos israelense-palestinos na Faixa de Gaza desde a entrada em vigor da trégua entre as duas partes no dia 26 de novembro.

Nos termos do acordo, os grupos armados palestinos se comprometeram a cessar os tiros de foguetes em troca da retirada das tropas israelenses da Faixa de Gaza e do fim dos ataques israelenses.

No entanto, 21 foguetes palestinos foram desde então atirados contra o sul de Israel, sem deixar feridos.

Três palestinos que pescavam perto da costa em Rafah (sul) foram feridos por tiros israelenses, segundo uma outra fonte médica. O exército israelense indicou que verificaria esta informação.

No fronte interno palestino, a violência partidária foi retomada na Faixa de Gaza, antes de um discurso muito esperado do presidente Mahmoud Abbas, no sábado, sobre a crise política na Autoridade Palestina.

Um juiz de um tribunal islâmico, Bassam al-Farra, de 28 anos, morreu em Khan Yunes (sul) quando se dirigia para o trabalho e seu carro foi atacado por homens armados, segundo fontes dos serviços de segurança e de testemunhas.

Farra também era o chefe local do ramo armado do Hamas, as Brigadas Ezzedine al-Qassam.

Num comunicado, esse grupo acusou um "esquadrão da morte composto por elementos suspeitos da Segurança preventiva e do Fatah", o partido de Abbas, de ter assassinado o juiz Farra e ameaçou se vingar. Ao ser ouvido pela AFP, um alto responsável pela Segurança preventiva negou qualquer envolvimento.

A esposa da vítima, Oum Mohammed, afirmou que seu marido tinha "recebido ameaças de morte, sendo que a última ocorreu ontem" (terça-feira), mas que ele "não estava considerando-as seriamente".

O Hamas acusou o Fatah de encomendar a morte de Farra e de ser o responsável pela "anarquia da segurança e pelo caos" na Faixa de Gaza.




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