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Nanotecnologia criará computadores mais rápidos
Cristie Buchdid
Do Diário do Grande ABC
Com agências
26/11/2001 | 18:38
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No início, os computadores eram gigantescos e ocupavam salas inteiras, e como todo tipo de aparelho eletrônico, os PCs também entraram na tendência da miniaturização. Mas a indústria da informática encontrou uma barreira: anualmente os chips tornam-se mais poderosos e menores ao receberem circuitos de maior densidade, porém, a atual tecnologia de silício deve atingir seu ponto máximo em dez anos.

Para resolver o problema do tamanho do processador, empresas direcionam atenções para outras formas de miniaturizar os circuitos eletrônicos. A HP (Hewlett-Packard), por exemplo, está pesquisando uma tecnologia que usa moléculas para criar processadores menores e mais poderosos, os quais devem chegar ao mercado em cinco anos. É o anúncio da nanotecnologia, quando os computadores serão mais rápidos, mais baratos e muito mais potentes.

Um exemplo de como a nanotecnologia deve revolucionar a informática é o ganho de capacidade. Os atuais chips de computadores têm tamanho semelhante ao de um selo postal e possuem, em média, 50 milhões de transistores. Já um chip molecular do mesmo tamanho poderia oferecer entre 1 bilhão e 1 trilhão de transistores.

Isso resulta em computadores com grandes poderes centralizados em dispositivos minúsculos, haja visto que os elementos de um chip molecular são 100 vezes menores do que os usados em chips de silício. Para conseguir a proeza, pesquisadores da HP utilizaram-se de um processo químico e um software para mapear as conexões e endereçá-las. As informações podem ser armazenadas e recuperadas das interseções da estrutura molecular que forma o chip. Mas segundo o gerente de pesquisa e desenvolvimento da HP Brasil, Darlei Abreu, o desafio será integrar os novos chips, com tamanhos tão reduzidos, aos outros circuitos usados atualmente pelos computadores.

Além do ganho de potência, outra vantagem da nanotecnologia é a integração com os seres humanos. Com tamanhos reduzidos e capacidade aumentada, seria até possível inserir pequenas máquinas em artérias para eliminar o colesterol, por exemplo.

Outras portas para a concretização da tecnologia foram abertas com a recente chegada dos primeiros transistores e portões lógicos em escala molecular. Uma das descobertas é proveniente de um trabalho da Universidade de Harvard, nos EUA. Pesquisadores criaram nanofios semicondutores com tamanho de uma molécula de DNA.

Quando automontados, os nanofios dão origem a um nanocircuito que efetua operações básicas de adição. Os fios foram cultivados num líquido, o qual foi jogado sobre um conjunto de contatos elétricos. Unidos com uma cola sobre os contatos, os fios formam redes, sendo que suas interseções se comportam como miniaturas de FETs (Transistores de Efeito de Campo).

Outro avanço em direção ao nanocomputador foi a criação de um minúsculo Transistor de Efeito de Campo por cientistas dos Laboratórios Bell, da Lucent Technologies. Tal transistor é uma molécula orgânica aproximadamente 50 mil vezes menor do que a espessura de um fio de cabelo. Como pode ser aderido a plásticos, tal transistor permite que os circuitos eletrônicos sejam integrados a cartões de crédito, por exemplo, o que não é possível com o silício.




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