Depois de 11 anos de disputas judiciais, a FEM-CUT (Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT/SP) conquistou na mesa de negociação com o Grupo 10 o retorno da cláusula que garante estabilidade no emprego até a aposentadoria ao portador de acidente do trabalho e doença profissional à CCT (Convenção Coletiva de Trabalho) do setor. O G10 representa trabalhadores do setor de lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação e material bélico.

A rodada de negociação da Campanha Salarial com o G10 aconteceu no final da tarde de ontem, na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). "Para nós é uma conquista histórica e uma grande vitória para toda categoria metalúrgica. Agora não teremos mais que mover ação judicial para garantir este importante direito aos trabalhadores. Hoje, esta cláusula já está convencionada na maioria das bancadas patronais da nossa base. Agora só falta conquistar no setor de Estamparia", explica o presidente da FEM-CUT, Valmir Marques, o Biro Biro.

A bancada patronal do G10 foi representada pelo Desin (Departamento Sindical) da FIESP - que assumiu a coordenação da negociação da Campanha Salarial do Grupo neste ano. O coordenador responsável pelas negociações do G10 é o advogado, Márcio Antonio D'Angiolella .

O retorno da cláusula à CCT beneficiará cerca de 10 mil metalúrgicos das fábricas do G10 que estão na base da Federação em todo o Estado. A medida constava na CCT até 1999. A partir de 2000, ela saiu da Convenção e começou a ser discutida judicialmente. Ao longo deste período, a FEM-CUTSP conquistou oito vitórias no TRT (Tribunal Regional do Trabalho) e no TST (Tribunal Superior do Trabalho).

REAJUSTE
A FEM e o G10 também debateram proposta de aumento salarial, mas após horas de reunião, deixaram a discussão para hoje. A bancada do G10 fará contato telefônico com o presidente da Federação, Biro Biro, para definir a contraproposta. "A negociação está fluindo positivamente e estamos negociando o aumento salarial de 9%. O G10 sinalizou que concorda pagar este reajuste", disse Biro. Para encerrar a Campanha Salarial falta apenas o setor de Estamparia. A FEM ainda aguarda posição da bancada patronal.