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Metalúrgicos definem pauta para campanha salarial
Tauana Marin
Do Diário do Grande ABC
10/07/2011 | 07:30
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Foi dada a largada da campanha salarial dos metalúrgicos neste ano. Ontem, integrantes da base cutista do Estado de São Paulo definiram as cláusulas que irão compor a pauta de reivindicações. A base reúne 250 mil trabalhadores.

Entre as propostas, estão a reposição integral da inflação (previsão de 7,47% no ano); aumento real; redução da jornada de 44 horas para 40 horas semanais, sem diminuição nos salários; valorização dos pisos e extensão da licença-maternidade para 180 dias.

"Lutar por salários e condições de trabalho melhores sempre é difícil. Neste ano, não será diferente. Com a inflação mais elevada e o aumento da concorrência nacional com os veículos chineses, as negociações serão bastante delicadas, mas isso não nos impedirá de reivindicar. Não vamos abrir mão de uma história marcada pelas conquistas", disse o presidente da Federação dos Sindicatos Metalúrgicos da CUT/SP, Valmir Marques, o Biro Biro.

Segundo ele, mesmo com a indústria nacional deixando de gerar milhares de empregos devido à entrada de importados no País, principalmente, no que diz respeito à produção de veículos, o lucro das montadoras ainda é alto. "A venda e produção de veículos por mês está até 20% maior do que o balanço mensal em 2010", contou Biro Biro.

A pauta, com itens econômicos e sociais, será entregue aos empresários no dia 21; a data-base da categoria é em 1º de setembro. "A ideia é iniciar as negociações na primeira semana de agosto", conta o sindicalista.

O encontro, realizado ontem na sede da Federação, em São Bernardo, reuniu dirigentes de 12 sindicatos metalúrgicos filiados em todo o Estado. A CUT negocia com seis bancadas: montadoras (representadas pelo Sindicato Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores); grupo 2 (máquinas e eletrônicos); grupo 3 (autopeças, forjaria, parafusos); grupo 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos, refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários, entre outros); grupo 10 (lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico, entre outros) e fundição.

Uma novidade é que neste ano o grupo das montadoras (Mercedes-Benz, Ford, Scania, Toyota e Volkswagen) irá negociar diretamente com a Federação, sem o intermédio do Sinfavea. "Provavelmente, as negociações com esse grupo ficarão por último", adiantou Biro Biro.

EM 2010 - No ano passado, o reajuste da categoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (composta por 100 mil integrantes) foi de 9%, exceto para os trabalhadores das montadoras pertencentes à base (Volkswagen, Mercedes-Benz, Ford, Scania e Toyota), que receberam aumento de 10,81%.

Os 25 mil trabalhadores pertencentes ao Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá (com data-base em 1º de novembro) e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano (12.599 funcionários, cuja data-base é em setembro), conquistaram 9% de aumento.




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