Apesar do que se imagina, as galinhas podem voar sim, mas não como outras aves capazes de cruzarem os céus, casos de pombos, gaviões ou araras. Essas aves apresentam um ‘voo batido’, no qual batem rapidamente suas asas e conseguem se deslocar por alguns metros, logo voltando ao chão. Para muita gente, fica a impressão de que estão fazendo grandes pulos. Esse tipo de artifício é usado para sair do poleiro onde estão ou tentar fugir de alguém que está tentando pegá-los. A habilidade existe entre todos os tipos de galinhas, incluindo as domésticas, caipiras e selvagens.

A baixa capacidade de voo pode estar ligada a seus hábitos terrícolas, que fazem com que passem boa parte de sua vida chão, onde buscam seus alimentos, casos de sementes, frutas, minhocas e insetos, não havendo necessidade de alcançar uma árvore mais alta para buscar comida. Tudo ocorre ao contrário do que se vê com as aves arborícolas, que costumam viver nas árvores.

Alguns de seus parentes também são adeptos do voo batido, entre eles pavões e faisões. O fato de não poderem voar alto e a grandes distâncias poderia torná-los alvo fácil para predadores, mas certas espécies desenvolveram habilidades que ajudam sua proteção. Enquanto algumas aves têm penas que as camuflam no ambiente, outras podem se mostrar bons corredores quando necessário.

Existem aves que realmente não podem fazer qualquer tipo de voo. Morador das ilhas de Galápagos (no Oceano Pacífico), uma biguá possui asas tão pequenas que não o deixam voar. Da Nova Zelândia (no continente da Oceania), o Kiwi sofre da mesma característica.

Consultoria de Daniel Horonato Firme, ornitólogo (profissional especialista em aves) doutorando da USP (Universidade de São Paulo).