O primeiro relatório parcial da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Apagão Aéreo no Senado será votado na próxima quarta-feira. O documento traz as conclusões da CPI sobre as causas da colisão do Boeing da Gol e do jato Legacy provocando a morte de 154 pessoas. Também será apresentado relatório sobre a crise nos aeroportos, entre os dias 18 e 21 de dezembro, quando 328 vôos foram cancelados.
"A expectativa é concluirmos o trabalho antes dos seis meses. O relatório já está praticamente concluído pelo relator", anunciou nesta quarta-feira o presidente da CPI, Tião Viana (PT-AC). O relator, Demóstenes Torres (DEM-GO), avalia que a principal causa do acidente foi o “fator humano” e que problemas no sistema de monitoramento e na gestão do tráfego aéreo foram “secundários”. Para ele, ocorreram quatro “falhas graves”:
A torre de comando de São José dos Campos ter autorizado o Legacy a voar a 37 mil pés até Manaus, quando esse nível só é permitido até Brasília. A partir da cidade, a altitude passa a ser contra-mão e o avião deveria baixar para 36 mil pés.
A torre de comando de Brasília foi informada pelo Legacy que o avião estava a 37 mil pés. O avião voava na contramão com o consentimento do controlador que operava na torre. Esta, para o relator, foi a falha mais grave.
Às 16h20, o controlador passa o serviço a outros controladores e não avisa que o radar Transponder estava desligado, nem que o avião estava voando em altitude equivocada.
Também na torre de Brasília, os controladores que sucederam o trabalho, a partir das 16h20, tentaram 19 vezes comunicação com o avião para saber porquê o radar Transponder estava desligado. Porém, não avisaram a torre de Manaus (a terceira a monitorar o vôo) do problema.Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.