O livro "Segurança nacional e subversão", editado em 1977 para ser distribuído entre os policiais, foi escondido durante anos nas estantes dos arquivos do Rio de Janeiro e agora foi resgatado pela Fundação de Amparo à Investigação do Estado.
Segundo declararam historiadores à imprensa local este domingo, neste livro se resume o pensamento da ditadura: "todo o desprezo à democracia" e todo tipo de repressão é justificada para combater aqueles cidadãos qualificados de subversivos.
Para as forças de segurança daquela época, o comunismo é a "destruição dos valores morais e espirituais, por meio da proclamação do amor livre, da exploração do sexo e da falta de respeito aos pais e idosos".
Os direitos humanos são "palavras usuais em motins da esquerda subversiva, utilizada exclusivamente em favor de companheiros presos com o objetivo de atrair a compaixão e a simpatia popular". A ditadura, por sua vez, é apenas "uma palavra que os comunistas utilizam para atacar o governo que não tolera a subversão", segundo o livro.
O autor do dicionário, Zonildo Castello Branco, um delegado aposentado, assegurou ao jornal O Globo, que a função do texto era "ajudar os policiais no cumprimento de suas funções".
Para representantes de organizações de direitos humanos, o livro incita os policiais a serem violentos. O nome de Castello Branco, autor, aparece em casos de repressão contra detratores do regime militar.
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