Os oito espetáculos que integram a mostra ficam em cartaz a partir de sábado (leia mais nesta página). Os cinco artistas-professores também apresentam em São Paulo o catálogo Os Caminhos da Criação, sobre os dez anos da escola, comemorados no ano passado. O evento, marcado para as 21h, tem entrada franca.

Para Medeiros, indicado ao prêmio Shell de 2000 pela direção de A Última Gravação de Krapp, de Samuel Beckett, a apresentação das peças, por si só, já é importante. “O teatro só acontece com o encontro com o público”, diz. O diretor destaca ainda que os espetáculos, que já estiveram em cartaz no Grande ABC, têm a oportunidade de amadurecer.

Outra questão que o diretor ressalta é a “visibilidade” que a ELT ganha ao levar as montagens para São Paulo. “É a comprovação do resultado da continuidade do trabalho da escola. É uma vitória da persistência”, afirma.

Medeiros, com essa iniciativa, espera que ocorra um “gradual abrir de portas” que conduza a um processo acelerado de intercâmbio com outras entidades que também se caracterizam pelo trabalho de pesquisa e experimentalismo. “O olhar da escola está voltado para as inquietações dos realizadores”, conta. “A preocupação é estimular a troca de experiências com a contribuição ativa dos atores-criadores e, também, manter vivo o teatro como arte de equipe”, revela.

Coordenado por Medeiros e por Luís Alberto, o Núcleo de Montagem da ELT tem dois espetáculos na mostra: Avessos e O Muro. As peças partem de princípios que regem o nô, gênero teatral de origem oriental. Os pontos mais importantes são “a concisão, a intensidade dos personagens e a inserção de um elemento surpreendente na trama”, explica o diretor. “Não se trata de uma simples transposição”, afirma.

Este ano, Medeiros se dedicará a desenvolver na ELT um estudo sobre o teatro musical. Além de Luís Alberto, estão vinculados ao projeto, que está em fase de elaboração, Gustavo Kurlat e Luciene Guedes. “A música é um elemento potente para a juventude”, justifica.