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ONU e Rússia discutem crise humanitária
Do Diário do Grande ABC
17/11/1999 | 14:52
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Em meio às crescentes críticas internacionais à ofensiva militar russa na Chechênia, a Alta Comissária das Naçoes Unidas para Refugiados se reuniu, nesta quarta-feira com autoridades da Rússia para discutir a crise humanitária decorrente desse conflito.

Enquanto se realizava a reuniao, avioes e unidades de artilharia prosseguiam os ataques contra objetivos na Chechênia. Só pela manha, houve 20 missoes aéreas de reconhecimento e bombardeios, disseram fontes do quartel militar russo na regiao do norte do Cáucaso, segundo a agência de notícias Interfax.

A Alta Comissária, Sadako Ogata, se encontrou com o ministro das Relaçoes Exteriores russo Igor Ivanov. Ao final da reuniao, declarou aos jornalistas que tinha ido à Rússia para transmitir a preocupaçao do secretário-geral da ONU com a dificuldade de controlar e combater o terrorismo e a importância de assistir a populaçao civil.

As autoridades chechenas disseram que os ataques aéreos e de artilharia russos nesta república separatista deixaram mais de 4.100 civis mortos, enquanto grupos de defesa dos direitos humanos acusaram as forças militares russas de atacar indiscriminadamente, causando mais mortes entre os civis que entre os combatentes chechenos.

Além disso, mais de 200 mil refugiados deixaram a Chechênia e foram para as repúblicas vizinhas, segundo o Serviço Federal de Migraçao, citado pela Interfax.

Nesta quinta-feira, a Alta Comissária para Refugiados da ONU irá à república da Ingushétia, regiao em que se encontra a maioria dos refugiados chechenos, e ao norte da Chechênia, controlado pelas forças russas.

Ivanov disse que essa visita deverá ajudar a corrigir o que funcionários russos consideram erros de conceito ocidentais sobre a situaçao na Chechênia e em seus arredores, que apresentam ``como vítimas os terroristas que estao com sangue até os cotovelos'. ``Estamos prontos para informar plenamente ao secretário-geral da ONU e à comunidade mundial como estao, realmente, as coisas', acrescentou.




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