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Pai quer passar Natal e aniversário com Pedrinho
Do Diário OnLine
Com Agências
24/11/2002 | 21:49
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Depois do primeiro final de semana ao lado de seu filho, Pedrinho (batizado Osvaldo Borges Júnior pela família adotiva), Jairo Tapajós já fala em passar o Natal e o aniversário do garoto, em janeiro, com toda a família reunida. Acompanhado de dois amigos de escola, Pedrinho passou o final de semana em Brasília, na casa dos pais biológicos (Jairo e Maria Auxiliadora Braule Pinto), e voltou na noite deste domingo para Goiânia, para a casa da mãe adotiva, Vilma Martins.

Pedrinho foi seqüestrado na maternidade Santa Lúcia 12 horas depois de seu nascimento, em janeiro de 1986. A principal suspeita pelo rapto é justamente a mãe adotiva. Na sexta-feira passada, o juiz 8ª Vara Criminal do Distrito Federal, César Loyola, acolheu as denúncias de seqüestro e registro falso oferecidas pelo Ministério Público contra Vilma. A acusada afirma que o bebê foi dado a seu marido, Osvaldo Borges (falecido em outubro), por um gari. A família de Borges, entretanto, acusa Vilma de seqüestro e afirma que ela simulou a gravidez.

Jairo Tapajós relatou que a situação de Vilma não foi conversada no reencontro familiar – a visita deste final de semana foi a segunda vez que Jairo e Maria Auxiliadora viram o filho; a primeira foi no começo deste mês. "Não é o momento. Nós apenas recebemos nosso filho aqui em sua casa pela primeira vez, para que ele nos conhecesse. São coisas práticas que, em algum instante, nós teremos de falar", explicou Jayro, referindo-se também a um possível pedido de guarda de Pedrinho.

O pai contou que o final de semana foi tipicamente familiar. "Ele se divertiu, curtiu, descansou, jogou futebol e assistiu à vitória do Corinthians sobre o Atlético Mineiro, por 6 a 2: fez o que todo jovem deve fazer sempre na sua casa", disse Jairo. "Lia (apelido de Maria Auxiliadora) pôde fazer para ele e os amigos um cachorro-quente, realizando, pela primeira vez na vida, o grande sonho de toda mãe, que é receber em casa o filho com os amigos. Para muita gente pode parecer pouco, mas para nós foi muito", relatou ainda.

Mesmo depois de tanto tempo separados, Jairo Tapajós contou que Pedrinho se portou com a consciência de que eles são realmente seus pais verdadeiros. "Ele é uma pessoa muito centrada e honesta. O convívio é que vai resolver todas essas questões. O tempo vai se encarregar de realizar toda a aproximação entre nós", afirmou. "Ele tem consciência de que é meu filho. Não há nada diferente nisso, ele acorda e me beija", completou o pai.

Ponto turístico - Assim como ocorre com a casa de Vilma, em Goiânia, a residência dos Tapajós virou referência em Brasília. Além da concentração de repórteres, populares passaram pelo local no final de semana para conhecer o local em que vivem os protagonistas da história de seqüestro mais comentada da atualidade no país.

Na porta da casa de Jairo e Maria Auxiliadora, até um grupo de garotas adolescentes apareceu, com cartazes de carinho e apoio à família Tapajós, para fazer tietagem com Pedrinho. O advogado e ex-deputado federal Hermes Zaneti, autor da lei que concede direito de voto a partir dos 16 anos, passou pela casa para deixar uma garrafa de champanhe para a família. "É para eles comemorarem a volta do filho", alegou Zaneti.

Quem também passou pelo local foi o padre Orlando Miguel, que era capelão do Hospital Santa Lúcia na época do seqüestro de Pedrinho. O religioso deixou uma mensagem à família. "Que Nossa Senhora da Abadia, protetora das famílias, abençoe Pedrinho e o conscientize de que a família dele está aqui e não em Goiânia." "Acompanhei o caso desde o primeiro dia. Abençôo todas as famílias que têm filhos desaparecidos", acrescentou o padre.

Com informações da Agência Brasil.




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