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Sebos de Santo André: boa opçao para comprar
Mércia Suzuki
Especial para o Diário
06/06/1999 | 17:10
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O mercado de livros usados na regiao do Grande ABC se restringe a Santo André - os poucos sebos que existiam em Sao Bernardo e Sao Caetano fecharam suas portas há alguns anos. Mesmo assim, muitos estudantes, profissionais liberais e colecionadores freqüentam as lojas andreenses, as quais lutam para que o hábito de trocar, vender ou comprar publicaçoes a preços mais acessíveis torne-se mais comum.   

Sao quatro os principais sebos de Santo André (e da regiao): Livraria Chaves, Alpharrabio Livraria Espaço-cultura, Livraria Holos e Universo do Livro. A pioneira é a Chaves, com 11 anos de tradiçao. Aldacir Ribeiro Chaves, o proprietário, diz possuir cerca de 300 mil volumes espalhados por três depósitos - mas nao soube precisar seu acervo de títulos, porque há muitos repetidos. A livraria nao é informatizada.   

"O mercado já foi melhor. Há uns oito anos eu tinha menos clientes, mas vendia muito mais", conta Chaves. Segundo ele, as coleçoes - notadamente as enciclopédias - representavam grande parte das vendas, mas atualmente só os volumes avulsos têm saída: "Já cheguei a vender dez coleçoes da Barsa (enciclopédia) por mês. Hoje, se eu conseguir vender uma por ano, é muito", conforma-se.

  Didáticos - Todas as pessoas que trabalham em sebos sao unânimes em afirmar que os livros didáticos e paradidáticos têm mais saída que os demais, principalmente os de 3º grau. Em seguida vêm os volumes de literatura, que dividem a preferência do público com os títulos religiosos e esotéricos.   

A Alpharrabio, aberta em 1992 e informatizada, é especializada em ciências humanas e conta com público fiel de estudantes e escritores, além de funcionar também como editora. Nora Augusta Correia, funcionária há 4 anos, explica que o valor dos livros vendidos ali jamais ultrapassa 50% do preço de um novo, mesmo se estiver em bom estado.   

Ainda assim, Nora reclama que os estudantes visitam a Alpharrabio quase sempre à procura apenas de um livro específico - caso contrário, saem de maos vazias. "Nosso mercado está difícil. As vendas caíram com a crise. É raro alguém que compre livro por prazer. Falta hábito e tradiçao no Grande ABC nesse sentido".   

Mas Frank Vidotto, da Livraria Holos, discorda dessa visao e diz que o movimento está bom e que tende a crescer. "O público da regiao está quebrando o preconceito de comprar livros usados e se acostumando com a idéia. Estao vindo atrás de bons preços", revela. Sua clientela é formada por estudantes e historiadores. A maioria vem a procura de literatura.   

Vidotto abriu o sebo há dois anos, junto com seu irmao Ivan, porque nao tinham mais espaço para guardar seus livros em casa. Atualmente, trabalham com 5 mil volumes na loja e mais mil no depósito.

  Bíblias- As bíblias também sao muito procuradas nos sebos. "Há muita procura de bíblias de bolso", afirma Maria Pestana, que mantém sua pequena livraria na garagem de casa.   

O mesmo acontece na Holos. De acordo com Vidotto, as ediçoes de bolso do livro mais famoso do mundo divididem a preferência dos clientes com a literatura nacional. Ele possui ediçoes da Bíblia Sagrada a R$ 25 - uma nova pode custar até R$ 120.




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