Ao discursar em Plenário nesta terça-feira, o líder da minoria no Congresso Nacional, senador José Jorge (PFL-PE), afirmou que a quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa foi um "crime contra um homem do povo". Na interpretação do senador, este foi "o ato mais grave" praticado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva. "Acredito que Palocci saiu do governo em virtude do fato mais grave acontecido no governo Lula", afirmou José Jorge.

Da tribuna, o senador afirmou que a demissão de Antonio Palocci do Ministério da Fazenda configura mais uma baixa no "núcleo duro do governo petista". José Jorge disse ter assistido novamente o documentário Entreatos, do cineasta João Moreira Salles, que registra os últimos dias da campanha presidencial do PT em 2002. "Neste filme fica clara a proximidade de Lula com estes companheiros que acabaram tombando neste campo de batalha que é o governo petista", disse o senador.

Além de Palocci, o senador enumerou os nomes de José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Sílvio Pereira, Roberto Jefferson, Valdemar da Costa Neto, Duda Mendonça, Severino Cavalvanti, entre outros, para ilustrar os amigos, parlamentares e funcionários de estatais do governo Lula que sofreram as conseqüências por estarem envolvidos "na prática de corrupção ou de crimes eleitorais".

José Jorge disse ainda que a "dança da pizza" da deputada Ângela Guadagnin (PT-SP), em comemoração pela absolvição do colega petista João Magno pelo Plenário da Câmara, demonstra "que todas as absolvições na Câmara estão sendo comandadas pelo PT". Em aparte, o senador Jefferson Péres (PDT-AM) elogiou o pronunciamento do colega.