Política Titulo Despesas
Oposição a Marinho contesta gastos com empresa falida

S.Bernardo despendeu R$ 1,5 mi com a Impacto
Gouvêa, que abandonou construção de creches

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
17/06/2015 | 07:47
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Nario Barbosa/DGABC


A oposição ao governo do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), reclama de gastos na ordem de R$ 1,5 milhão que foram destinados em serviços iniciais para a empresa Impacto Gouvêa, que seria responsável pela construção de seis creches no município. A empreiteira declarou falência e abandonou os canteiros de obras com apenas serviços preliminares, como assentamento de terra. Em duas das unidades, Ferrazópolis 1 e 2, a previsão era que a conclusão dos equipamentos ocorresse em julho de 2013, no entanto, a companhia largou o serviço e as áreas chegaram a abrigar usuários de drogas.

Um dos líderes da bancada oposicionista e presidente municipal do PPS, Julinho Fuzari foi o autor da reivindicação ao Paço, revelando que a iniciativa foi tomada após receber requerimento de resposta por parte da administração petista. “Estava acompanhando toda a situação e, de imediato, encaminhei ofício questionando sobre o valor que havia sido gasto. O que me assustou foi o fato de a Prefeitura argumentar que os números estavam condizentes com os serviços realizados. Foram feitos somente assentamentos, não dá para aceitar isso”, atacou.

O popular-socialista prometeu ingressar com ação junto ao Ministério Público, a fim de alcançar retorno do valor aos cofres públicos. “Entendo que não podemos abrir mão desses recursos. Essa resposta do governo foi absurda. Vou tentar que a Justiça obrigue que o prefeito reclame com a empresa.”

O parlamentar de oposição relatou acreditar em êxito da denúncia junto à Justiça. “Tenho certeza que a Corte vai aceitar e dar sequência à investigação dos gastos. Desde o começo acompanhei tudo, tirei fotos e conversei com muitas pessoas, como empregados e moradores. O fato é simples. A Prefeitura gastou com uma empresa que pouco fez e agora não quer rever o dinheiro. Com tantos problemas econômicos, temos de buscar todos os caminhos e não aceitar posição cômoda como esta”, sustentou.

SITUAÇÃO
As creches 1 e 2 localizadas no bairro Ferrazópolis foram duas das unidades municipais abandonadas pela Impacto Gouvêa. Previstas para serem entregues em julho de 2013, as unidades tiveram seus serviços reiniciados em dezembro de 2014, sob responsabilidade da Flasa Engenharia e Construções Ltda, de São Bernardo.

A equipe do Diário esteve ontem nos canteiros de obras e constatou que a realidade, entretanto, aponta para cenário de pouco avanço das intervenções, onde as paredes estruturais ainda não foram erguidas. No Portal de Transparência, alocado no site da Prefeitura, a Flasa já recebeu aproximadamente R$ 417 mil neste ano para execução dos serviços.

No município, há deficit de 3.200 vagas nas creches. Procurada, a administração petista não se manifestou sobre o assunto.
 




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