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Cresce a inadimplência entre a classe média
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
03/06/2009 | 07:00
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Quase metade dos inadimplentes dos meses de março e abril pertence à classe média, com rendimentos a partir de R$ 1.660. De acordo com pesquisa realizada pela Telecheque, o maior crescimento foi observado pelo consumidor que recebe salário acima de R$ 2.490: 64,24%, se comparado ao mesmo período do ano passado.

O principal fator alegado pelos 1.508 endividados entrevistados foi o descontrole financeiro (71,75%), tendo a maioria, 31,37%, entre 31 e 40 anos. "Esta é uma faixa etária extremamente visada por bancos e financeiras. Além disso, pessoas que recebem salários acima desses valores são público alvo por pertencerem a uma classe mais estável financeira e profissionalmente", explicou Cesar Palácio, um dos diretores da Telecheque.

Além disso, durante o aquecimento econômico ocorrido no ano passado, a classe média começou a viver um período de ascensão, segundo o executivo.

No entanto, Palácio ressaltou que o crédito foi retraído com a crise financeira internacional. "Mesmo a esse público que estava acostumado a ter crédito fácil e prestações mais longas, faltou financiamento. Inclusive para cobrir dívidas com cartão de crédito, cheque especial e bancos".

Algumas instituições bancárias, inclusive, suspenderam linhas especiais de crédito oferecidas a empresas.

PENALIDADE - Na avaliação do presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), Valter Moura, a classe média sempre acaba sendo mais sacrificada. "A inadimplência de consumidores dessa faixa salarial se deve também a um número maior de custos que ela tem. Pagam mais impostos, não são subsidiados, como aqueles que pertencem à classes inferiores e são submetidos à juros maiores do que os menos favorecidos", defendeu.

Ao mesmo tempo, concluiu Moura, essa parcela da população continuou comprando e foi surpreendida pela crise, que também gerou bastante desemprego.

Os maiores gastos adquiridos pelos endividados nos últimos dois meses foram: vestuário (14,72%), compras no supermercado (11,47%), telefonia celular e acessórios (10,15%) e magazines e lojas de departamento (9,42%).




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