Economia Titulo
Imóveis de luxo crescem em Santo André
Roney Domingos
Do Diário do Grande ABC
14/07/2001 | 17:52
Compartilhar notícia


O núcleo de edifícios de alto padrão do bairro Jardim, cercado pelas ruas Catequese, Figueiras e avenida Industrial, em Santo André, tende a se expandir além do Parque Duque de Caxias, rumo a São Caetano. A previsão é do arquiteto Jorge Bomfim, autor de 15 projetos no bairro, reconhecido pelo mercado como um dos principais articuladores desta valorização. O preço dos apartamentos de alto padrão no bairro Jardim varia hoje entre R$ 350 mil e R$ 500 mil, mas em alguns casos a sofisticação vale até R$ 2 milhões, de acordo com os corretores de imóveis que administram a venda.

Na visão do arquiteto, a revitalização de antigas áreas industriais entre as avenidas Industrial e Dom Pedro II a partir do Centro de Santo André, combinada com investimentos privados como o Hotel Ibis, Vigorito e FGV Management, deverá dar novo impulso aos investimentos de alto padrão.

Bomfim contou que brigou muito no início da década de 80 para impor aos projetos nível de qualidade que executivos do setor custaram a entender, mas que valorizaram a região. “Nossa preocupação sempre foi humana e nunca financeira, isso aconteceu como resultado natural. Contratamos paisagistas e escultores para participar dos projetos. Na época, tinha gente que achava um absurdo instalações hidráulicas de cobre, aquecimento a gás ou colocação de geradores elétricos que posteriormente foram vendidos.”

Artistas – Os edifícios projetados por Bomfim levam nomes de artistas e arquitetos famosos como o espanhol Gaudi ou o fundador da Escola Bauhaus de arte moderna Gropius. Um dos próximos lançamentos, próximo ao parque Duque de Caxias, vai homenagear o pintor renascentista Palladio.

A ligação com a arte está presente também no hall de entrada dos edifícios, que exibem gravuras de Tomie Othake, desenhos de Luiz Sacilotto e esculturas de Emanoel Araújo, entre outros artistas modernos. Segundo André Bomfim, a peça de Araújo em exposição permanente no hall de um dos prédios projetados por seu pai foi adquirida quando o artista sequer imaginava dirigir a Pinacoteca do Estado. “O síndico disse outro dia que meu pai havia comentado na época sobre um artista baiano que andava fazendo umas coisas interessantes.”

Os dois lembram que os tempos são outros e não há mais tanto espaço disponível para empreendimentos de luxo no bairro. Os prédios luxuosos que tomaram áreas de até 3 mil m² antes ocupadas por suntuosas casas de executivos de multinacionais agora terão como vizinhos – se tanto – apartamentos construídos sobre lotes muito menores, a preços galopantes, que não intimidam compradores. Exemplo disso é o edifício Rodin, projeto que envolveu estudos minuciosos para gerar apartamentos de alto padrão, que apesar do tamanho – 70 m², foram vendidos “em um tapa”, na expressão de Jorge Bomfim.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;