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Mexicano Captiva vence Tiguan no último round
Marcelo Monegato
Do Diário do Grande ABC
17/02/2010 | 07:02
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Caio Arruda/DGABC


No boxe, muitos pugilistas mudam de peso e trocam de categoria em busca de novos desafios, títulos e reconhecimento. Talvez inspirada nos grandes boxeadores do passado, a Volkswagen reduziu o preço do Tiguan - que antes custava R$ 124,5 mil - e o posicionou em um novo grupo: o dos que estão abaixo dos R$ 100 mil.

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Em excelente forma física e com vigor jovial, o utilitário esportivo feito na Alemanha - que parte de R$ 99.990 - não perdeu tempo e desafiou um adversário de responsa: o mexicano Chevrolet Captiva Sport V6 AWD - R$ 106.193.

Antes que pergunte, esse duelo não terminou em nocaute, mas em pontos. O vencedor? Bom, vamos ver o que os juízes vão dizer ao final dos próximos três rounds...

1º ROUND - Assim como a Captiva, o Tiguan entrega ar-condicionado, air bags frontais, laterais e do tipo cortina, rádio/CD player com MP3, controlador de velocidade, freios ABS, rodas de liga leve e computador de bordo. Porém tem a mais sensores de chuva e estacionamento. Então fica a dúvida: "Por que o Chevrolet custa R$ 6.203 a mais?"

A resposta está no revestimento de couro dos bancos com aquecimento e ajuste elétrico (somente motorista). No Captiva esses itens são de série, enquanto no SUV da Volks são opcionais. O pacote com esses mimos custa R$ 10.849, elevando o preço do Tiguan para R$ 110.849 - R$ 4.556 a mais que o Chevrolet.

Em termos de opcionais, o pugilista alemão leva boa vantagem - mesmo porque o latino não oferece nenhum. Destaque especial para o interessante auxiliar de estacionamento Park Assist (R$ 3.765), que praticamente faz a baliza para o motorista, as rodas de liga leve de 18' (R$ 5.502), teto solar elétrico (R$ 5.776) e gancho para reboque (R$ 4.393).

2º ROUND - A pegada dos dois boxeadores é diferente, apesar da tração integral em comum. O Captiva traz nos punhos a força do vigoroso 3.6 V6 24V a gasolina de 261 cv de potência a 6.500 rpm e torque de 32,9 mkgf a 2.100 rpm. O Tiguan, por sua vez, é equipado com o 2.0 turbo também movido a gasolina de 200 cv a 5.100 rpm e torque de 28,5 mkgf a 1.500 giros, que segue a tendência downsizing - propulsores de baixas cilindradas e alto desempenho.

Mas apesar dos números revelarem certa discrepância - afinal, é um Kia Picanto (61 cv) de diferença -, os desempenhos são parecidos pelo fato de o Volks ser 228 quilos mais leve. O Tiguan mostra, apesar de um pouco mais fraco, melhor agilidade. Acelerações e retomadas são mais vigorosas. Tanto que nos números oferecidos pelas montadoras, ambos levam 8,5 segundos para ir de 0 a 100 km/h.

Em termos de transmissão, eles estão muito bem servidos com caixas automáticas de seis velocidades, que conversam muito bem com os motores. O Volks tem a opção de trocas por borboletas atrás do volante (R$ 1.456).

O ajuste da suspensão também é agradável. O Tiguan, com um acerto mais rígido, privilegia a tocada mais ousada. O Captiva prima pelo conforto, sem exagerar na maciez.

3º ROUND - A Chevrolet tem um pugilista maior. Impõe mais respeito que o adversário. São 15 cm a mais de comprimento e 10 cm de distância entre os eixos - números que tornam o Captiva bem mais espaçoso e confortável. A vantagem mexicana no porta-malas também é grande: 821 litros contra meros 361 litros.

O acabamento dos dois é de qualidade. Bons materiais e encaixes das peças perfeitos - sem rebarbas. O couro claro de série no Chevrolet marca superioridade ao tecido escuro do Volks - mais um ponto para o mexicano.

SENHORAS E SENHORES... - Ao final dos três assaltos e da contagem dos pontos, o vencedor foi anunciado: Captiva!

O equilíbrio se fez presente no primeiro round. Apesar de ter preço inicial mais baixo, quando equiparados os itens, o Tiguan fica ligeiramente mais caro. No segundo, o desempenho não foi capaz de indicar o campeão. Porém, no assalto final, o espaço superior e o conforto garantiram o cinturão ao mexicano, que relembrou os tempos áureos do bom e velho Julio César Chávez.




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