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FHC quer relações diplomáticas com Coréia do Norte
Do Diário OnLine
19/01/2001 | 17:57
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O presidente Fernando Henrique Cardoso enviou, nesta sexta-feira, ao governo da Coréia do Norte mensagem revelando a intenção do Brasil de estabelecer relações diplomáticas com aquele país.

O anúncio foi feito durante visita a Panmunjon, região desmilitarizada de fronteira entre as duas Coréias, onde o presidente elogiou o trabalho de reaproximação desenvolvido pelo chefe de Estado sul-coreano, Kim Dae Jung. Para Jung, a iniciativa brasileira se trata de "uma contribuição extraordinária para a paz na região".

Essa reaproximação, entretanto, deve ser baseada em princípios democráticos de respeito às normas do Direito Internacional, dos Direitos Humanos e da não-proliferação de armas nucleares. "Essas são condições necessárias para que o gesto do presidente Kim, que tem o nosso apoio, possa se transformar em prática", disse o presidente.

Fernando Henrique destacou a importância da integração das duas Coréias para o fortalecimento do continente asiático e defendeu o diálogo com os norte-coreanos. "É preciso que os dirigentes da Coréia do Norte se integrem como outros já fizeram em momentos históricos e possam, portanto, ser responsáveis pela transformação dos valores no sentido de cada vez mais podermos assistir a um mundo democrático", disse.

Para o presidente, a região "não será mais o símbolo da Guerra Fria, mas da reconciliação baseada nas idéias de liberdade e de respeito aos Direitos Humanos".

O ministro interino de Relações Exteriores, Luiz Felipe Seixas Corrêa, avaliou que após este importante passo de aproximação brasileira começa a fase das cartas reversais nas quais os governos trocam correspondência acertando os termos para a formalização das relações diplomáticas.

Para instalação de uma embaixada na região, o processo é mais complicado, porque mesmo se aprovada pelo governo da Coréia do Norte, o nome do embaixador brasileiro deve ser aprovado pelo Senado Federal. A opção, segundo o chanceler é de manter a embaixada na Coréia do Sul atendendo aos dois países. Já há precedentes da situação, pois Alemanha e Bélgica trabalham desta forma.

O Panmunjon, região desmilitarizada nas duas fronteiras, compreende quatro quilômetros (metade em cada país) do Paralelo 38, onde foi dividida a península. A extensão da fronteira coreana, de costa a costa, é de 271 quilômetros. Um batalhão formado por soldados de 13 nações guarda a região, onde são realizadas as negociações entre os países. O último conflito ocorrido na área, cercada de arames farpados para evitar fuga de desertores, foi em 1984.

Kia — Apesar da intenção de FHC em reatar as relações diplomáticas, o presidente brasileiro continua insistindo que não prorrogará subsídios à Hyundai-Kia, que descumpriu contrato de instalação da fábrica no Brasil até o final deste ano. A imprensa local teria divulgado informações de que, entre as conversas entre os dois países, teria ficado decidido que nova ajuda do Brasil iria ser concedida em favor da empresa.

O presidente apenas se propôs a negociar prazos para a instalação de empresas no país. Seixas Corrêa afirmou que está havendo uma "pressão excessiva" por parte dos coreanos em relação ao caso.

Com informações da Agência Brasil.




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