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Na mitologia grega, o minotauro é um ser metade homem, metade touro, que amedrontava a todos. Igualmente temido, só que pelos adversários no octógono, Minotauro é o brasileiro Antônio Rodrigo Nogueira, 35 anos, um dos melhores lutadores de MMA. Seu irmão gêmeo, Antônio Rogério Nogueira, também é lutador, conhecido como Minotouro. No UFC do Rio de Janeiro, Rodrigo nocauteou o norte-americano Brendan Schaub. O atleta conversou com o D+ sobre isso e o que espera da carreira. Confira também na edição do D+ de domingo (4), a reportagem sobre MMA.
D+: Qual a sensação de ter vencido um combate importante no seu país?
Minotauro: Um sonho realizado. Fiquei extremamente emocionado. Foi minha primeira luta no Brasil depois desses anos todos de carreira, e o resultado não poderia ter sido melhor. A força da torcida foi incrível, assim como da minha equipe e dos meus colegas. Foi uma sensação indescritível.
D+: O que acha da explosão do MMA nos últimos anos? Por que está atraindo tanto?
Minotauro: É bom para o esporte e para o público. Antes, estava associada à imagem de violência, mas isso foi mudando cada vez mais aos olhos da mídia e do público. Hoje, vejo o MMA como o segundo esporte do Brasil. É emocionante e versátil. Caiu na graça da galera.
D+: O que considera positivo e negativo no esporte?
Minotauro: Não vejo nenhum lado negativo nisso. O MMA é um esporte com preceitos muito bons de respeito e disciplina. É bom que essa imagem do 'brigão' esteja se dissociando da imagem do atleta.
D+: Como foi passar a adolescência em uma rotina dura de treinos?
Minotauro: Para mim, treino sempre foi como uma diversão. Era meu passatempo predileto. Ainda era disciplinado, não faltava nas aulas e passava de ano.
D+: Você sempre quis ser lutador?
Minotauro: Era meu sonho, desde garoto. Comecei a lutar judô aos 4 anos e cresci numa academia. Foi bem natural para mim.
D+: Em que o esporte o ajudou e ainda ajuda?
Minotauro: O esporte me ajudou em muitas coisas. Ensinou a ter disciplina, concentração, equilíbrio físico, mental e espiritual. Graças ao esporte, tenho boa dieta, boa conduta e muitos bons amigos que consegui.
D+: Em que atrapalha?
Minotauro: Às vezes, esportes de alto rendimento podem trazer consequências físicas naturais, tanto nos treinamentos quanto nas lutas.
D+: Já se machucou muito? Qual o episódio mais grave?
Minotauro: Já tive várias lesões, tanto lutando quanto treinando. Eu diria que o episódio mais grave foi uma lesão de esforço repetitivo no quadril, que exigiu recuperação muito difícil. Fiquei oito meses sem poder botar o pé no chão, foi traumático.
D+: Qual a luta mais difícil e qual a inesquecível?
Minotauro: Todas as lutas são difíceis, mas mais difícil ainda é a fase de treinamento. Uma luta inesquecível foi a contra Bob Sapp, porque o cara estava invicto e pesava 70 quilos a mais. Eu estava sendo castigado, mas consegui me concentrar e virar a luta. Foi uma sensação incrível.
D+: Dói receber tantas porradas?
Minotauro: Na hora a gente não sente muito, a adrenalina não deixa sentir nada.
D+: Gosta das suas orelhas de ‘couve-flor'?
Minotauro: Vejo minhas orelhas como parte do meu trabalho, são minhas cicatrizes de lutador.
D+: Joga videogame de luta? Qual seu preferido?
Minotauro: Adoro o jogo do UFC pra Playstation 3.
D+: O que mais pretende no MMA?
Minotauro: Pretendo continuar lutando por muito tempo.
D+: Acredita que quem briga no octógono faz o mesmo nas ruas?
Minotauro: Não, muito pelo contrário. O lutador de verdade tem uma outra filosofia. Ele quer ser atleta e lutar pelo seu país, não ficar arranjando briga na rua. Eu mesmo já enfrentei várias provocações e nunca reagi.
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