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Militantes do ELK ignoram acordo de desmilitarizaçao
Do Diário do Grande ABC
21/06/1999 | 15:35
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Um dia depois da assinatura do acordo de desmilitarizaçao entre a hierarquia do Exército de Libertaçao de Kosovo (ELK) e a força da Otan em Kosovo (KFOR), os militantes do ELK em Vucitrn (30 km ao norte de Pristina) ignoram a existência do documento.

``Nao estou sabendo, vou ver com meu chefe', disse um responsável local.

No quartel-general do ELK tremula a bandeira vermelha e preta das forças albanesas de Kosovo. Alguns de seus membros se dispoem a sair de manobras e mostram sua surpresa diante da idéia de desmilitarizaçao.

``Nem mesmo poderemos guardar nossas armas de mao?', perguntou Amir, preocupado.

``Como faremos frente aos russos quando se mobilizarem no setor francês?', perguntou.

O comandante local, 'Besi', admite que nao foi informado do acordo e até mesmo pergunta os principais pontos do compromisso a um jornalista. Em seguida, pediu a seus colaboradores da ``polícia' do ELK para que tentem conhecer as modalidades do acordo.

``Faremos tudo o que disser nossa hierarquia', afirmou 'Besi' para depois acrescentar: ``Mas, nao podemos nos mover sem armas'.

O acordo assinado este domingo à noite pelo chefe do ELK, Jachim Thaci, e a KFOR prevê um prazo de sete dias para que o ELK abandone seus uniformes e insígnias militares e limpe o terreno de minas; as armas automáticas individuais só poderao ser levadas em zonas autorizadas. Após 90 dias, todas as armas terao que ser armazenadas em pontos controlados pela KFOR.

Em Vucitrn, os soldados franceses da brigada Leclerc instalaram vários pontos de controle.

O general Bruno Cuche, comandante das forças francesas sediadas em Mitrovica (40 km ao norte de Pristina) admitiu esta segunda-feira que ``a tensao era muito grande antes de obter o acordo'. Três operaçoes aéreas francesas foram necessárias depois de terem sido observadas ``concentraçoes estranhas' de tropas do ELK em setores de minoria sérvia. Os franceses tiveram ``discussoes' com o ELK, mas nao houve confrontos, informou.

O comandante da brigada, Leclerc, confirmou ainda um dos pontos do acordo, ao afirmar que as tropas do ELK estarao ``associadas a nossas forças de polícia'.

A manutençao das forças de polícia kosovares, criadas antes da chegada da Otan para combater os sérvios, continua sendo a preocupaçao principal dos militares do ELK.

``Estamos satisfeitos com a presença da KFOR, mas combatemos os sérvios sozinhos durante anos, ninguém poderá nos fazer desaparecer', advertiu Sali.




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