O vereador Eder Xavier (sem partido) tem causado constrangimento na Câmara de São Caetano depois que aceitou ser os olhos e ouvidos da assessora especial da Prefeitura e filha do prefeito Paulo Pinheiro (PMDB), Gica Pinheiro (PMDB), desde que chegou ao Legislativo o relatório do TCE (Tribunal de Contas do Estado) sobre a contabilidade do último ano de gestão do ex-prefeito José Auricchio Júnior (PTB), orientando pela rejeição do balancete financeiro.

Na última sessão, quando o parecer da Comissão de Finanças e Orçamento foi apresentado – pela absolvição do ex-chefe do Executivo –, a postura governista de Eder ficou escancarada. O parlamentar permaneceu quase toda duração dos trabalhos ao celular com Gica Pinheiro, relatando cada passo de colegas de Legislativo. Vários não esconderam descontentamento com o fato.

Embora haja base de sustentação da administração na Câmara – que costuma votar favoravelmente aos projetos de autoria do Executivo –, há um código de ética moral entre os vereadores sobre independência dos poderes e respeito às instâncias políticas. Geralmente o que os parlamentares debatem internamente não é levado imediatamente ao alto escalão da Prefeitura. Quem faz o filtro das informações costuma ser o líder de governo na Casa – no caso de São Caetano, Jorge Salgado (Pros).

Diversos parlamentares já se preparam para minimizar a atuação de Eder na terça-feira, quando a Câmara analisa em definitivo as contas de 2012 da Prefeitura de São Caetano, com a recomendação da absolvição por parte da Comissão de Finanças e Orçamento.

Para reverter em definitivo o parecer contrário dado pelo TCE são necessários 13 votos – dois terços do plenário. O relatório da Comissão de Finanças e Orçamento optou eximir Auricchio de culpa por três votos a dois (um deles de Eder Xavier).

Eder e Gica não foram localizados para comentar o assunto.