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Por que chove mais no verão?
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
02/01/2011 | 07:52
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Chove mais no verão porque o ar fica mais quente e com maior capacidade para armazenar a umidade (vapor) que, em grande quantidade, se transforma em chuva. O sol forte faz a água dos mares, rios, lagos e florestas evaporar com muita facilidade. Assim, formam-se nuvens gigantescas, chamadas Cumulonimbus, com mais de 10 mil metros de altura. Parecem uma esponja gigantesca que vai se encharcando cada vez mais. Quando estão carregadas, despejam essa água evaporada sobre a superfície da terra.

Nesta estação do ano, mudanças no ambiente, como os ventos que trazem muita umidade da região Amazônica até o Sudeste, também contribuem para aumentar a quantidade de chuvas. E tem mais. As tempestades são ainda mais intensas nos centros urbanos por causa da falta de vegetação e do calor que fica preso entre grande número de construções.

A época de chuvas vai de dezembro a fevereiro nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, no Sul da Amazônia e no Norte da região Sul. Em geral, os aguaceiros de verão são bem fortes, acompanhados de ventos, muitos raios e trovoadas. No entanto, duram pouco tempo. É comum cair granizo (pedrinhas de gelo).

Em outras partes do País, é diferente. No Nordeste, as chuvas desse tipo são mais frequentes em fevereiro e março. No Norte costuma chover o ano todo. Na maior parte do Sul tem mais temporais no inverno.

Nas cidades, as tempestades assustam a população. Como nas áreas urbanizadas há pouco espaço com terra para absorver a água - o asfalto e o cimento não conseguem realizar esse trabalho -, os rios não suportam o excesso e transbordam, causando enchentes. A gigantesca quantidade de lixo jogada nas ruas todos os dias também piora o problema.

Consultoria de Franco Villela, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia

PROCURE ABRIGO SEGURO

Ao primeiro sinal de tempestade, o melhor a fazer é não sair de casa. Se já estiver na rua, procure abrigo seguro, se possível, em pontos mais altos. Só saia de lá quando a água baixar completamente. Nada de sair por aí andando pelas vias inundadas, pois a correnteza pode arrastá-lo. Há casos de adultos que tentaram enfrentá-la e morreram afogados. A força da água leva até automóveis.

As enchentes ainda retiram a tampa de bueiros, o que pode causar muitos acidentes. Ao caminhar pela água turva não dá para localizar os buracos, identificar qual é a área alagada e onde fica a rua. Quem mora em regiões que alagam também precisa ter lugar seguro para se abrigar com a família e bichos de estimação.

FUJA DA ENXURRADA!

Andar na água de enchente pode ser perigoso. É cheia de sujeira e pode causar muitas doenças, como leptospirose, ocasionada principalmente pelo xixi de rato. O doente tem febre alta, mal-estar, dores de cabeça e no corpo, vômito e diarreia. Em casos graves, pode matar.

A dengue é outra doença comum no verão. Neste período, o Aedes egypti (nome científico do mosquito transmissor) se reproduz bastante. A grande quantidade de chuvas cria poças de água limpa parada. Esses lugares são escolhidos pelos mosquitos para depositar os ovinhos, onde nascem os filhotes. Por isso, nada de deixar água parada nos vasos de plantas. Pneus devem ser cobertos. Um adulto deve verificar se a caixa- d'água está bem fechada e ficar de olho em calhas, piscinas e lajes.

RAIO MATA!

Raios são comuns durante as chuvas de verão. Ocorrem principalmente por causa do granizo que se forma dentro das nuvens. Essas pedrinhas de gelo se movimentam muito, chocando-se entre si. Esse bate-bate provoca cargas elétricas. Quando a nuvem não aguenta mais a gigantesca quantidade de energia, elimina a eletricidade na forma de raio.

É um dos fenômenos naturais que mais matam no planeta, e o Brasil é campeão mundial de incidência de raios. Em dez anos, recebeu cerca de 57 milhões de descargas, que mataram 1.321 pessoas. Por isso, nessa hora procure abrigo em um edifício. Nada de ficar embaixo de árvores, que são frequentemente atingidas pelas descargas. Se não achar nenhum ponto seguro, deite-se no chão. Os raios sempre procuram lugares altos e pontudos para descarregar a eletricidade.

 

 




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