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Páscoa artesanal responde por 30% da produção
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
17/04/2011 | 07:30
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A comerciante Luciana Maria da Silva, 29 anos, começou a fabricar ovos de Páscoa por brincadeira. Quatro anos depois, o hobby responde por um terço da renda familiar nesta época do ano. Estima-se que os chocolates artesanais sejam 30% da produção de 25 milhões de quilos prevista para esta Páscoa.

Para dar conta de aproximadamente 2.000 pedidos, a andreense diz que dorme apenas uma hora e meia por noite. "Revezo o trabalho com os ovos e a lanchonete. A produção será praticamente o dobro da contabilizada em 2010."

Somente uma escola particular encomendou 1.000 unidades, que ela aceitou só depois de muita insistência do irmão, que a auxilia na fabricação. Em 2010, os 15 dias de trabalho renderam R$ 5.000. Neste ano a quantia será bem superior, considerando que a demanda dobrou.

Com os pedidos extras da Páscoa, a doceira Edna Marcia, 42, dobra seus ganhos, que chegam a R$ 6.000 no período pascal. Sua motivação para começar a fazer bombons, pão de mel, panetone e ovos foi não gostar dos doces artesanais que comprava.

"Ao ficar desempregada, há quatro anos, decidi investir nesta atividade. Gosto muito de trabalhar com chocolate", explica. Assim como sua concorrente, Edna passa 18 horas por dia na cozinha para atender à demanda. Além do telefone, ela recebe os pedidos pelo blog Edna Chocovicio.

 

LUCRO

Para os empreendedores que fabricam chocolates a Páscoa é o momento ideal para engordar a margem de lucro. A maioria dos profissionais tem ganhos superiores a 100% ao vender seus produtos. Edna gasta R$ 20 para fazer ovo de chocolate branco de um quilo e o vende por R$ 54. Entre a mão de obra e a matéria-prima, o lucro da doceira é de 170%.

A estratégia da comerciante Luciana é semelhante. Para fazer um quilo de ovo prestígio ela desembolsa R$ 25 com os produtos. O chocolate - mais procurado pelos clientes - é vendido por R$ 68, margem de 172%. "Sei que poderia vender mais, entretanto, o valor do meu produto é mais alto."

No caso da estudante Carolina Diniz Costa, 23, que está desempregada, os chocolates são a única fonte de renda. Ela já recebeu 15 pedidos, mas acredita que até o início da próxima semana as encomendas de última hora vão exigir trabalho extra. A expectativa é faturar R$ 900, que serão divididos com sua sócia na empreitada.




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