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Região tem bons pagadores no ensino
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
15/11/2009 | 07:19
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Como em todos os mercados, a inadimplência é item indispensável nos cálculos orçamentários do ensino privado. Mas em outubro, as escolas do Grande ABC tiveram menos dor de cabeça com este ponto. Conforme pesquisa do Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo), a região apresentou taxa de inadimplência de 5,9%. O índice foi o menor do Estado, cuja média foi de 9,58%. A região tem melhores pagadores desde abril, quando o indicador foi de 7,83%, ante 9,34% na média do Estado.

Na sexta-feira, representantes das escolas particulares de todo o país discutiam o ensino privado de 2010. Recém chegado de reunião da Fenep (Federação Nacional das Escolas Particulares), realizada no Espírito Santo, o presidente do Sieeesp, Benjamin Ribeiro da Silva, disse que "a inadimplência foi a pauta principal da reunião".

De acordo com a Lei Federal nº 9.870, de 1999, o desligamento do aluno por inadimplência é permitido após o final do ano letivo.

"Precisamos mudar isso. Não medimos esforços para que o projeto de lei que diminui esse período, em tramitação no Congresso Nacional, seja aprovado", explica Silva.

Ele diz que é comum o repasse da falta de pagamento no reajuste das mensalidades. "E no final das contas, os bons pagadores acabam pagando pelos maus", critica Silva.

Em Santo André, o Colégio Singular teve um inadimplência média de 7,3%, afirma o diretor financeiro, Paolo Alvares de Azevedo. "Mas as coisas estão melhorando. Principalmente com o fim da crise financeira mundial", conclui.

Em São Caetano, a diretora do Colégio Eduardo Gomes, Janice Guizelini, afirma que não haverá repasse da falta de pagamento às mensalidades. "Nosssa taxa de inadimplência é muito baixa. Em média, ela atinge entre 4,5% e 5%", diz

Janice assegura que os reajustes são gerados com base no dissídio e reformulações.

Dissídio dita aumento em mensalidades

As instituições de ensino do Grande ABC terão reajustes em suas anualidades, ou mensalidades, maiores do que a média Estadual. De acordo com a Aesp (Associação das Escolas Particulares do ABC), o aumento médio será entre 8% e 10%. Enquanto isso, o Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo) apurou que, no Estado, a média gira entre 4,5% e 6,%.

Na contramão da média, o Instituto Coração de Jesus, em Santo André, não terá aumento. "Pretendemos captar mais alunos para compensar a estabilidade nos valores", afirma o diretor administrativo e financeiro, Mirtes Ribeiro Júnior.

No Colégio Singular, de Santo André, o reajuste será de 6,8%, afirma o diretor financeiro, Paolo Cristiano Gambogi. "O aumento é calculado sobre o dissídio e o aumento de custos", diz.

Em São Caetano, o Colégio Eduardo Gomes terá aumento médio de 10%, diz a diretora Janice Guizelini. "E estamos com as vagas esgotadas", completa.

Maria Augusta Paranhos Faro, mantenedora do Externato Rio Branco, em São Bernardo, diz que o reajuste será de 6% a 8%. "Esse aumento compensará o reajuste do ano passado, que girou entre 4% a 5%", explica.

Em Ribeirão Pires, o Centro Educacional Bandeiras terá aumento de 20%, devido ao avanço salarial dos professores de 19,77% em maio. O diretor, Vanderlei José Botelo, diz que a maior mensalidade está em R$ 518.

Pesquisa é essencial para encontrar a melhor instituição

Na hora da matrícula, o pai deve saber exatamente se a escola se encaixa ao que ele procura para o seu filho. "A oferta de ensino privado é grande. Muitas vezes encontramos escolas públicas melhores que as particulares", alerta a mantenedora do Externato Rio Branco, Maria Augusta Paranhos Faro.

Ela aconselha que o pai analise as escolas, o comportamento dos alunos, e não matricule os filhos pensando apenas em vestibular.

Para a diretora do Colégio Eduardo Gomes, Janice Guizelini, é preciso atenção tanto para o conteúdo educacional quanto para a formação do aluno.

O presidente do Sieeesp, Benjamin Ribeiro da Silva, diz que é necessário ter confiança na instituição de ensino.




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