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Linha Leste-Oeste do Metrô de SP chega ao limite
Do Diário do Grande ABC
16/04/2000 | 21:55
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Enquanto a Linha Norte-Sul do metrô de Sao Paulo ganha mais um trem no horário de pico, a Leste-Oeste chega ao limite. Transportando cerca de 83 mil passageiros no pico da manha, das 6h45 às 7h45, em 42 composiçoes, o ramal nao tem mais capacidade para ampliar o atendimento no horário. "Nao há condiçoes de colocar mais trens", afirma o presidente do Sindicato dos Metroviários, Onofre Gonçalves de Jesus. "O sistema está saturado."

O drama é sentido por milhares de passageiros todos os dias. Na Estaçao Corinthians-Itaquera, a última da zona leste, tem sorte quem consegue entrar e viajar sentado num dos bancos do trem. "Fica difícil porque está sempre muito cheio", lamenta o operador Edson Gaudês, 32 anos. Ele costuma levar pouco mais de uma hora para ir de Itaquera até a Barra Funda, na zona oeste, do outro lado da cidade. "Essa situaçao tem de ser mudada."

Na semana passada, a Linha Norte-Sul - que transporta em média 56 mil passageiros entre 7h15 e 8h15, quase 30 mil a menos do que a Leste-Oeste no horário de pico da manha - passou a contar com mais uma composiçao de apoio. No período mais crítico do início do dia, passou a ter 44 trens em circulaçao, dois a mais do que a Leste-Oeste. Ainda está previsto o 45º, que deve começar a circular até o dia 8.

Segundo a Assessoria de Imprensa da Companhia do Metropolitano de Sao Paulo (Metrô), a superlotaçao na Linha Leste-Oeste só deve diminuir em 2001. Esse é o prazo previsto para a transformaçao do trecho Guaianases-Barra Funda da Linha Leste da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) na Linha 6 do metrô. Como haverá uma série de estaçoes paralelas às existentes, o sistema terá maior capacidade. Segundo a assessoria, o intervalo atual de cem segundos entre as composiçoes no trecho, no horário de pico da manha, chegou ao limite.

Todos os dias, por volta das 7h, a distância entre as Estaçoes Corinthians-Itaquera e Barra Funda parece bem mais longa para os passageiros que se dispoem a enfrentá-la. Entrar num dos trens é quase impossível logo na Patriarca, a terceira estaçao que compoe a linha. Nos vagoes lotados, até os canos de apoio sao motivo de disputa. Quem consegue um lugar sabe que nao terá como se mover dali até o momento do desembarque.

A recepcionista Viviane Andrade de Oliveira, 16 anos, desce todos os dias na Estaçao Carrao, onde trabalha. "Pego sempre lotado", explica. Na hora de sair, ela tem de pedir licença e empurrar quem arrumou um pequeno espaço para ficar de pé. Na porta, nova disputa. Aqueles que precisam entrar forçam a passagem e Viviane faz o mesmo em sentido contrário. Todos torcem para o sinal de fechamento das portas nao tocar, pois podem ficar presos.

Paradas abruptas entre estaçoes costumam ocorrer com freqüência. No trajeto Penha-Marechal Deodoro, as composiçoes abarrotadas causaram inúmeros transtornos para a auxiliar de limpeza Ana Rosa Silva, 33 anos. "As vezes, tenho de esperar o trem seguinte", afirma. Parte dos passageiros prefere voltar até Corinthians-Itaquera para entrar em vagoes mais vazios, aumentando o tempo de viagem.




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