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Ruralistas querem greve nacional
10/02/2004 | 21:58
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Produtores rurais querem paralisar as atividades no campo em protesto contra as invasões de fazendas por índios e sem-terra. Eles estão pressionando entidades e federações para que seja organizada uma paralisação geral do agronegócio em todo o país por tempo indeterminado.

Segundo o presidente da UDR (União Democrática Ruralista), Luiz Antonio Nabhan Garcia, o objetivo seria chamar a atenção da sociedade para os prejuízos que os conflitos fundiários estão trazendo à produção e obrigar o governo federal a interferir.

Nabhan disse que recebeu muitas manifestações nesse sentido. "Estou ouvindo a toda hora sugestões sobre parar de produzir, parar de comprar e parar de vender, mas precisamos agir de forma ponderada." Ele consultou o departamento jurídico da entidade e houve um posicionamento de que uma greve poderia ser interpretada como ilegal, mas a possibilidade não foi descartada.

"Parar o agronegócio pode afetar a produção de alimentos e outros bens essenciais, porém a paciência dos produtores está acabando." Segundo Garcia, os ruralistas têm manifestado inconformismo com a inércia do governo ante o aumento das invasões de fazendas por índios e sem-terra, sobretudo nos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.

As últimas declarações do governador paranaense Roberto Requião (PMDB) em defesa dos sem-terra que bloquearam pedágios no Estado acirraram os ânimos. A idéia de uma paralisação surge no momento em que o Brasil começa a colher a maior safra de grãos da sua história, estimada em 132,2 milhões de toneladas. Só a produção de soja, quase toda exportada, deve render cerca de R$ 270 bilhões.

A proposta foi discutida em reuniões com produtores em Presidente Prudente, interior de São Paulo, e em Iguatemi (MS), onde os índios caiovás-guaranis invadiram e depredaram fazendas. O plano seria colher a safra, mas não vender a produção, deixar de abater bois e suspender a compra de insumos para plantio.

Segundo o presidente nacional da UDR, os produtores são tratados como vilões por autoridades de órgãos governamentais como o Ministério do Desenvolvimento Agrário, Incra, Ibama, Funai e alguns setores ligados ao Ministério do Trabalho.

O presidente da Famasul (Federação de Agricultura do Mato Grosso do Sul), Leôncio de Souza Brito Filho, confirmou a existência de clima para um grande movimento de protesto no campo.




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