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Porto Seguro para o axé e a natureza
Heloísa Cestari
Do Diário do Grande ABC
18/12/2002 | 18:24
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Em 22 de abril de 1500, a frota de Pedro Alvares avistou o cume do Monte Pascoal, na região de Porto Seguro (BA). Era o início do Descobrimento do Brasil. O que Cabral provavelmente não imaginava é que, cinco séculos mais tarde, as belezas naturais daquele primeiro ponto avistado continuariam a reservar paisagens intocadas, prontas para serem redescobertas a cada dia pelas centenas de turistas que invadem a cidade todas as semanas, atraídos pelo axé, pelas praias e pelos preços convidativos dos pacotes vendidos nas agências de viagem.   

A diferença é que – embora alguns cruzeiros aportem em Porto Seguro na alta temporada –, hoje, a maior parte dos visitantes não vem por mar, como há 500 anos, e sim de avião. Vôos fretados e linhas regulares com destino ao modesto aeroporto da cidade é o que não falta para isso. Na última sexta-feira, por exemplo, a Gol inaugurou seis novos vôos semanais para Porto Seguro, com saídas do Rio de Janeiro e escala em Belo Horizonte (MG). Já o grupo Varig/Rio Sul/Nordeste fechou um acordo de fretamento para a alta temporada que prevê a operação de 60 vôos charter, a partir do próximo domingo até 6 de março do ano que vem, rumo à Costa do Descobrimento.   

Mesmo assim, corre-se o risco de não haver vôos suficientes para atender à demanda. Afinal, a programação de verão promete animar até o mais pacato dos turistas. A começar pelos agitados luaus de Natal e Réveillon à beira-mar, sempre repletos de axé, forró e reggae até o nascer do dia.   

Em janeiro – para quem ainda tiver energia –, a diversão prossegue com a primeira edição do Arraial D’Ajuda Folia, programado para realizar-se entre os dias 2 e 5 com shows de Ricardo Chaves, Araketu, Daniela Mercury e Banda Pinel, entre outros. Os ingressos para o desfile custarão R$ 35 por dia.   

Lá, a festa é garantida 365 dias por ano, e o axé está por toda parte: na areia da praia, no passeio de escuna, na piscina do hotel, nos bares e até nos ônibus circulares. Seja qual for a preferência de programa noturno, o ponto de partida – e de encontro – é sempre a Passarela do Álcool, onde os restaurantes e barracas de artesanato disputam espaço com os vendedores de ingressos para o luau da noite. Mas, como o próprio nome indica, são os bares e barracas de bebidas típicas que fazem a passarela fervilhar de gente todas as noites. Entre as especialidades, o capeta – à base de vodca, leite condensado e guaraná em pó – é o drinque mais vendido. Mas um conselho aos beberrões: moderação também é uma boa pedida para quem não pretende encerrar a balada na própria passarela.   

Atrações há todas as noites, mas os points de agito variam conforme o dia da semana. Às segundas-feiras, por exemplo, a animação fica a cargo do luau do Axé Mois. Já às quartas, são as pistas ao ar livre do Barramares que pegam fogo.   

Outro ponto imperdível é a Ilha do Pirata. Para chegar lá, é preciso tomar um barco que realiza a travessia gratuitamente durante a noite. Mas a beleza do lugar compensa qualquer dificuldade de acesso. Além das pistas de forró, MPB ao vivo, axé e techno, aquários gigantes – com tubarões, arraias, enguias e uma infinidade de peixes ornamentais – atraem o olhar dos visitantes. Nos fins de semana, há o Mamagaya e o Alcatraz, que imita uma penitenciária, com direito a som bate-estaca dentro de celas, num ambiente pra lá de sombrio. Mas nada tão assustador quanto as festas do Transilvânia, cuja entrada lembra uma floresta fechada, iluminada por tochas e repleta de monstros. Dentro da casa, no entanto, o medo dá lugar à descontração do eterno axé.




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