Nacional Titulo
RJ fará recolhimento de garrafas de plástico
Do Diário do Grande ABC
01/06/2000 | 18:33
Compartilhar notícia


A Associaçao Brasileira da Indústria de Refrigerantes (Abir) inicia dia 8 um projeto piloto de recolhimento de garrafas plásticas (pet), em conjunto com o governo do Rio de Janeiro. Em Campos, no norte fluminense; em Três Rios, no sul, e em 44 comunidades carentes do Rio, as pets serao recolhidas e levadas para usinas de reciclagem, que pagarao R$ 0,01 por unidade. "Estamos em experiência e nossa idéia é estender esse projeto a todo o Estado", disse o diretor executivo da Abir, Carlos Cabral.

O anúncio foi feito nesta quinta-feira em audiência pública na Assembléia Legislativa do RJ, promovida pela Comissao de Meio Ambiente para discutir e o destino final das garrafas e cobrar dos fabricantes de refrigerantes um compromisso de recompra desse material. De acordo com o presidente da Comissao, deputado Carlos Minc (PT), autor de uma lei responsabilizando as empresas cujos produtos usam as pets por seu destino final, "o Estado utiliza 600 milhoes dessas garrafas por ano e só 20% (120 milhoes) sao recicladas".

Minc lembrou que o plástico é um dos principais responsáveis pela poluiçao de rios e lagos por transbordamentos. Nas usinas de reciclagem as garrafas serao moídas e vendidas como matéria-prima para várias indústrias, como a têxtil e a automobilística.

De acordo com o diretor da Abir, o material foi escolhido porque é o que deixa menos resíduos sólidos e gasta menos energia na reciclagem. O peso da pet também influencia na escolha. A garrafa de dois litros de vidro pesa 1,8 quilo, enquanto a de plástico, 51 gramas. "Isso facilita o transporte e reduz o preço final do refrigerante", explicou Cabral.

Minc atribui o baixo índice de reciclagem ao preço pago pela embalagem plástica. "As usinas de reciclagem pagam R$ 0,05 por lata de cerveja, que sao mais fáceis de armazenar e transportar", lembrou o deputado. "Nao queremos criar problema para a indústria de refrigerantes, mas se as pets tiverem o mesmo valor das latas, elas criarao um outro mercado de trabalho."

Cabral ressaltou que as garrafas sao apenas 20% do lixo plástico e cobrou leis semelhantes para as outras embalagens que usam esse material. Ele lembrou que a indústria de refrigerantes gera 7,4 mil empregos e paga R$ 179 milhoes anuais de Imposto sobre Circulaçao de Mercadorias e Serviços (ICMS). "Contamos com o apoio do Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) para esse projeto, mas precisamos de mais parcerias", pediu Cabral. "Em Três Rios, onde esse projeto já funciona experimentalmente, há 30 pessoas trabalhando nele, com um rendimento mensal de dois salários mínimos (R$ 302,00)."

Novo desenho- O representante da Fundaçao do Meio Ambiente de Minas Gerais (Fiam), José Cláudio Junqueira, propôs a mudança no desenho das garrafas de plástico para acelerar sua reciclagem. Sua sugestao é uma rosca fêmea no fundo da garrafa, que permitiria o encaixe de várias delas e sua reutilizaçao para outros fins, desde a recreaçao até a construçao civil. "Um problema que precisa ser resolvido, neste caso, é o aumento do preço da garrafa", advertiu Junqueira.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;