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Por que o camaleão muda de cor?
Nayara Fernandes
Especial para o Diário
08/08/2010 | 07:20
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Claudinei Plaza/DGABC


Murilo Munhoz da Silva, 10 anos, de São Bernardo, já viu na TV que o camaleão muda de cor. "Ele faz isso para se proteger do predador", explica. Murilo também sabe que o réptil é parente do lagarto e tem uma língua bem grandona. "Ele usa a língua para caçar insetos, seu alimento favorito", diz.

O camaleão muda de cor para se adaptar a um ambiente ou situação. É que sua pele é transparente (não incolor!), com uma cor básica (de acordo com a espécie), que pode ser alterada por influência do lugar onde vive ou até do seu humor.

A pele desse réptil tem células com a capacidade de absorver a luz refletida pelo ambiente e a temperatura. Para isso, o cérebro libera hormônios (susbtâncias levadas pelo sangue) que fazem com que ele fique com a cor do lugar. Assim, torna-se verde se vive na floresta ou acinzentado se está entre rochas.

Também ocorre por influência de suas sensações. Se está faminto, pode mudar de marrom para preto, por exemplo. O mesmo acontece quando enfrenta um inimigo; sua cor indica se está assustado ou furioso. Mas as alterações não são frequentes.

Outra característica curiosa é que seus olhos podem se mover um de cada vez de maneira independente. Assim, consegue observar a presa com um olho e com o outro verificar se há alguém por perto, que pode atacá-lo. Depois junta as duas visões em uma para focalizar e lançar a língua com precisão.

Há 80 espécies de camaleões, sendo que a maioria vive na África. Distingue-se do lagarto pela capacidade de mudar de cor, ter visão binocular, entre outras. Tem língua pegajosa que se alonga para capturar insetos que estão longe dele. É excelente nadador e veloz no solo, mas lento quando se move entre as árvores. É agressivo e vive sozinho. Só aceita a presença da fêmea durante a época de reprodução. É ovíparo, botando de 20 a 30 ovos.

O corpo é coberto por pele grossa e enrugada, com costa serrilhada, na qual segue uma linha com escamas espinhudas da coluna ao rabo. A cabeça é fina e achatada. Mede cerca de 60 cm. A maioria vive sobre árvores e consegue pular de um galho a outro com a ajuda da cauda, que serve de apoio.

Com a consultoria de Cauê Monte Chelli, biólogo do Zoológico de São Paulo

Muitos bichos se modificam
A capacidade de se modificar de acordo com o ambiente é chamada de mimetismo ou camuflagem. A camuflagem faz o animal ter a cor de onde está, como o camaleão (na guerra, os soldados usam roupas camufladas, que misturam verde e marrom, para se confundirem com a vegetação). Já o mimetismo é quando o bicho imita ou fica com a estrutura de outro ser vivo, como o bicho-pau. Esse inseto, que tem a forma de graveto, fica imóvel quando ameaçado, para ser confundido com galho e não ser identificado pelo predador.

A rã Paradoxophyla palmata tem cabeça estreita e pele áspera, mesclando marrom e amarelo, para não ser vista entre a lama e os troncos de árvore em seu hábitat em Madagascar. E a falsa-coral, cobra muito parecida com a venenosa coral, imita a verdadeira para não ser atacada por outros bichos que não sabem que ela é inofensiva.

O urso-polar, com pelo muito branco, quase não é notado no meio da neve, ajudando-o a caçar seu alimento. Já as listras pretas e brancas da zebra em movimento embaralham e confundem a visão dos leões, que não conseguem visualizar onde começa uma e termina a outra.

O mimetismo e a camuflagem evoluem com o tempo, assim como as espécies, adaptando-se ao ambiente em que os bichos vivem. Para os estudiosos, esses recursos são mais importantes para a sobrevivência do que as tradicionais armas de defesa, como dentes, garras e bicos.

É proibido criar camaleão em casa, como animal de estimação. O único representante da família dos lagartos, que recebe autorização para isso, é o teiú.

O termo camaleão é usado na linguagem figurada para indicar uma pessoa que tem a capacidade de mudar e se adaptar conforme o ambiente.




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