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Governo brasileiro quer infovia única
Do Diário do Grande ABC
31/12/1999 | 16:31
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O Governo Federal quer se unir aos governos estaduais e municipais para utilizar seu poder comercial junto às empresas de telecomunicaçoes. Os poderes Executivo, Judiciário e Legislativo, nas esferas federal, estadual e municipal, gastam juntos, por ano, entre R$ 1,2 bilhao a R$ 1,5 bilhao com esses serviços. A economia gerada com a formaçao de uma única rede de informaçoes, uma grande infovia, permitiria o atendimento das cerca de 10 mil localidades do país com serviços de telefonia e Internet, dentro da política do governo de dar prioridade à área de Ciência e Tecnologia.

"A idéia é fazer uma rede única de escoamento de tráfego do Governo, que trará economia que poderá ser aplicada na interiorizaçao da rede", disse o diretor da Agência Nacional de Telecomunicaçoes (Anatel), Luiz Tito Cerasoli. A proposta da criaçao da infovia, Br@sil.gov foi elaborada pelo Comitê de Infra-estrutura da Informaçao, organizado pela Anatel, que reúne representantes da sociedade, do governo e das empresas de telecomunicaçoes.

Tito Cerasoli explicou que a proposta nao vai encontrar resistências por parte das empresas de telefonia porque o governo continuará a alugar as redes de telecomunicaçoes, porém de uma forma mais eficiente. Atualmente cada órgao do governo aluga, separadamente, uma rede de telecomunicaçoes. Ele disse ainda que o atendimento às localidades nao libera as empresas de telefonia de instalarem telefones fixos e públicos, como determinam os contratos de concessao.

"Vamos usar o peso de maior conta para capilarizar a rede de telecomunicaçoes, o nosso foco é onde nao existem esses serviços", destacou o diretor da Anatel. Em algumas localidades mais remotas, as telecomunicaçoes poderao ser feitas via satélite. Atualmente, dois mil pontos do Banco do Brasil sao interligados utilizando satélite.

Desafio - a decisao de criar a infovia única, para Tito Cerasoli, depende agora da "vontade política" do governo. Ele lembrou que a reduçao dos custos de aluguel das redes será compensada pelo aumento do uso dos serviços. "É um desafio de gestao", explicou ele ao ressaltar que nao serao necessários investimentos novos. "Os recursos estao dentro do governo".

O documento com o projeto, intitulado "Br@sil.gov - Uma proposta para o desenvolvimento e a cidadania" foi encaminhado no final de novembro para todos os ministérios e para análise da Casa Civil da Presidência da República, que já teria dado uma sinalizaçao positiva para que a proposta fosse implantada. Um projeto semelhante a este foi implantado na Africa do Sul e o governo de Sao Paulo já está fazendo uma rede estadual de telecomunicaçoes.




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