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Empresa é acusada de enganar estudantes
13/09/2004 | 22:59
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Primeiro vieram as denúncias contra empresas de recolocação profissional, acusadas de enganar desempregados com a promessa de vaga garantida no mercado de trabalho. Agora, a polícia investiga outra possível modalidade de abuso, em que as vítimas são estudantes em busca do primeiro emprego.

O boletim de ocorrência foi registrado por sete estudantes que se dizem vítimas de promessas de estágios inexistentes e pelo diretor do Nube (Núcleo Brasileiro de Estágios), Seme Arone Júnior, que faz a seleção de candidatos. O processo seletivo é bancado pelas empresas interessadas em contratar – os estudantes não pagam nada.

Há pouco menos de um mês, Arone foi procurado por vários estudantes com a mesma queixa. Eles receberam a ligação de um funcionário do Itesp (Instituto de Tecnologia de Ensino Profissionalizante), que se dizia parceiro do Nube, com uma promessa de estágio. Para conseguir a vaga, bastava fazer um curso de telemarketing de uma semana, por R$ 200 ou R$ 250, dependendo do caso.

"Disseram que eu tinha o perfil para uma vaga e pediram para eu ir até lá com algum responsável. Fui com meu pai e minha mãe. Eles falaram que o Nube pagaria 60% do valor do curso e eu deveria pagar o restante, R$ 200. Depois, seria encaminhada", contou Mônica Maria dos Santosa. "Eu conheço muita gente que fez o curso comigo, eram cerca de 20 alunos na turma. Ninguém conseguiu trabalhar." O advogado do Itesp, Conrado Formicki, disse que a empresa não garante estágio para ninguém, apenas oferece cursos.

Arone foi ouvido no 10º Distrito Policial na manhã desta segunda-feira, para confirmar as afirmações do boletim de ocorrência e dar mais detalhes. À tarde, os policiais foram à sede do Itesp, na Penha (Zona Leste), e conduziram ao distrito dois sócios da empresa, Paula Zachi Rogado e Júlio Cesar Rodrigues da Silva, e três funcionários. Também recolheram nomes e endereços de todos os empregados e intimaram para depor o outro proprietário, Paulo Rogado. Segundo o investigador-chefe do 10º DP, Luiz Spínola, as investigações não têm prazo para acabar, mas já se pode notar indícios de prática irregular.




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