Causa indignação constatar que a vida se esvai do Rio Tamanduateí apenas 500 metros após sua nascente, na Gruta Santa Luzia, em Mauá. Ao mesmo tempo, desperta o sentimento de que passou da hora da união do Grande ABC em torno de sua recuperação, pois é inaceitável (e até repugnante!) saber que os demais 34,5 quilômetros até o encontro com o Tietê, na Capital, servem apenas para acúmulo de lixo e despejo de esgoto residencial e de empresas.

E o Diário, sempre protagonista da história de nossa região, dá um passo à frente e se propõe a liderar a luta por um Tamanduateí melhor. A principal prova disso é a parceria entre o jornal e a USCS (Universidade Municipal de São Caetano) que, em primeiro estágio, irá analisar as condições do rio e, num segundo passo, cobrar soluções das autoridades, principalmente de Mauá, Santo André e São Caetano, que são banhadas pelo rio, ou do que restou dele.

O Tamanduateí degradado de hoje é digno de pena, mas sua recuperação ainda é possível. Entretanto, a batalha não pode ser postergada nem por mais um dia. Poder público e sociedade devem arregaçar as mangas e começar já.

A atuação em prol de um Tamaduateí caudaloso e cheio de peixes atende a seis dos dez temas propostos pela Carta do Grande ABC, publicada na primeira página desde Diário na ocasião do aniversário de 57 anos, dia 11 de maio, e que desde então passaram a nortear os trabalhos da equipe de jornalistas.

Um Tamanduateí saudável é questão de Sustentabilidade, Educação, Desenvolvimento Econômico, Direito à Cidadania, Integração Regional e até de Mobilidade Urbana, todos itens previstos no documento público. Essa nova história precisa começar a ser escrita já. Até para que nas páginas deste jornal o Tamanduateí deixe de estar associado a sujeira, lixo, mal cheiro, enchentes e outros termos que não condizem com sua história. É possível. Basta que todos façam sua parte.