Chehad tinha bom trânsito com políticos paraguaios. Em 2008, por exemplo, compareceu a uma festa em homenagem ao chanceler Alejandro Hamed na qual estava o ex-presidente Lino Oviedo. Em 2013, aos investigadores da DEA, se disse amigo do então presidente do Paraguai, Federico Franco, e confirmou a venda de aeronaves, mas negou envolvimento com o tráfico de drogas.
Foi Chehad, segundo a PF, quem vendeu um King Air modelo 300 à organização criminosa brasileira. Recebeu US$ 1 milhão. Também negociou um Learjet 35 com os acusados.
Foi do Paraguai que um ramo da organização passou a trazer a cocaína para o Brasil, em 2013. Os voos passaram a ser feitos por helicópteros - em um deles, o grupo usou um aparelho de propriedade do senador Zezé Perrella (PDT-MG). Os grampos da PF demonstram que o piloto da família fez isso sem o conhecimento do patrão.
Eleições. Além do Paraguai, o grupo tinha interesses políticos na Venezuela. Em uma mensagem interceptada pela PF, os brasileiros dizem que os voos para lá seriam interrompidos até a confirmação da posse de Nicolás Maduro, em 2013. Os militares venezuelanos temiam deixar que o grupo usasse o espaço aéreo do país, pois tinham medo de que isso provocasse um escândalo na campanha eleitoral.
Só em três oportunidades monitoradas pela PF o grupo perdeu aeronaves para as polícias da Venezuela e de Honduras - em todas elas, os acusados desconfiavam que o intermediário das propinas haviam se apropriado do dinheiro em vez de pagar militares e policiais.
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