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Mentir no currículo cria situações constrangedoras
Cibele Gandolpho
Do Diário do Grande ABC
22/03/2010 | 07:00
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Conseguir um bom emprego não é fácil. Por isso, muitos candidatos apelam para criar mentiras nos currículos na disputa por um trabalho.

Mas, hoje em dia, os selecionadores são preparados para desmascarar os candidatos. "É comum a pessoa mentir quando não tem alguma exigência que a vaga pede", afirma Jussara Pereira, consultora de recursos humanos.

A mentira mais comum é a inclusão de cursos e experiências que o candidato não possui, como idiomas, informática e tempo de trabalho não comprovado. "Outras informações erradas ocorrem na idade, sobre o lugar onde mora (em caso de vagas que exigem que se resida próximo ao trabalho), sobre o motivo do desligamento do emprego anterior quando o motivo foi por justa causa, e ainda transformar seminários de fim de semana em cursos de aperfeiçoamento", afirma Jussara.

Mas, segundo a consultora, não vale a pena se arriscar em nenhuma ocasião. "O selecionador consegue, muitas vezes, identificar se o candidato está exagerando. Uma hesitação maior ou uma pequena incoerência já são alertas de que algum ponto é duvidoso."

Isso pode acontecer durante entrevistas ou dinâmicas de grupo. Ninguém contrata só ao ler o currículo. Sempre haverá uma entrevista pessoal, por mais simples que ela seja. "O candidato deve ter em mente que todos os pré-requisitos de uma vaga serão, uma hora ou outra, testados. Ao mentir, ele poderá ‘queimar' uma oportunidade, já que ninguém consegue ocultar certas deficiências por muito tempo no ambiente de trabalho."

No entanto, consultores de RH comentam que há algumas informações que devem ser omitidas. Segundo a pesquisa A Contratação, a Demissão e a Carreira dos Executivos Brasileiros, realizada em 2009 pela Catho, os fumantes sofrem muita objeção por mais da metade dos entrevistadores (média de 51,3%). Quem fica pouco tempo nos empregos também é alvo de grande objeção (47,7%), assim como os profissionais com idade superior a 60 anos (31,3%) e aposentados (28,9%).

A ‘maquiagem' curricular, entretanto, não é exclusividade brasileira. Nos Estados Unidos, a taxa de invenções é bem parecida, segundo análises independentes do site Career Building e da consultoria Accu-Screen, especializada em vasculhar referências de candidatos a emprego.

Os principais ‘maquiadores' são os jovens em início de carreira. Carentes de experiência, eles tendem a engordar seus currículos copiando modelos prontos.

Uma pesquisa norte-americana apontou que cerca de metade dos currículos contém alguma inverdade. O estudo mostrou que homens mentem mais que mulheres, e que o tamanho da mentira é inversamente proporcional ao cargo.




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