O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse nesta quarta-feira que devem ser quebrados os sigilos bancário e fiscal do usineiro João Lyra, que o acusa de ter feito sociedade secreta com ele para utilizar ‘laranjas’ e comprar meios de comunicação no Estado de Alagoas.

Em entrevista concedida à jornalistas presentes no Congresso Nacional, o peemedebista afirmou que qualquer declaração de Lyra é suspeita, pois ele está ressentido por não ter recebido o apoio de Renan na disputa pelo governo de Alagoas no ano passado, quando foi derrotado por Teotônio Vilela Filho.

“Ele não merece uma palavra. Tudo o que ele disser em relação a mim será suspeito”, assinalou Renan, que mais uma vez disse ser alvo de acusações sem provas e infâmias no Parlamento.

Além disso, Renan Calheiros citou a existência de problemas de ordem fiscal e acusações de crimes em que João Lyra estaria envolvido. “Eu abri minhas contas, era importante que ele fizesse isso antes de dizer qualquer coisa”, protestou.

Nesta quinta, Lyra prestará depoimento ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (DEM-SP), e promete apresentar provas concretas contra o peemedebista. Mesmo assim, Renan falou que está tranqüilo e que não teme nada do que será apresentado pelo usineiro. 

Ainda nesta quinta-feira, a Mesa Diretora do Senado irá decidir se encaminha ou não ao Conselho de Ética do Senado justamente essa denúncia contra Renan. A representação contra o parlamentar foi protocolada na semana passada pelo PSDB e pelo DEM.

Depoimento – Para mostrar que não está preocupado com as constantes acusações que tem sofrido no Congresso Nacional, Renan Calheiros disse ainda que está disposto a prestar depoimento no Conselho, algo que deve acontecer na próxima semana.

Ele voltou a afirmar que o que é importa é que a verdade surja. O peemedebista também declarou que não se afastou da presidência do Senado por que isso daria indícios de que ele é culpado no caso. “A licença que foi proposta fragiliza e prejulga”, assinalou.