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Shoppings vão movimentar R$ 109 bi neste ano no Brasil
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
24/08/2011 | 07:19
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Em 2011, serão 419 shoppings erguidos no País, que irão movimentar, juntos, R$ 109,1 bilhões até dezembro. Esse número corresponde a 15,4% do que irá faturar todo o varejo nacional. No ano passado, o setor expandiu os ganhos a R$ 89,5 bilhões, alta de 13,6% sobre os resultados de 2009, além de abocanhar 14% do varejo no período. Até 2010, eram 381 grandes centros de consumo espalhados pelo Brasil. Os dados foram divulgados ontem pelo Ibope Inteligência.

"A entrada volumosa de capital externo junto ao crescimento muito grande do poder de compra entre os consumidores foi o pilar que permitiu ao mercado de shopping um dinamismo que até então não era esperado", diz o diretor de geonegócios do Ibope Inteligência, Antônio Ruótolo.

Por dia, são 8,7 milhões de consumidores passeando pelos corredores dos estabelecimentos brasileiros. Desse montante, os shoppings da região computam 222,6 mil visitantes por dia. Com a inauguração do Parkshopping, em São Caetano, o número irá saltar para 262,6 mil.

No Grande ABC, R$ 167,7 milhões estão em investimentos para modernização nos espaços de compras. O Grand Plaza, em Santo André, emprega R$ 95 milhões para ampliar em 11 mil m² a área bruta locável. A previsão é que as obras terminem em outubro do ano que vem, acrescentando 98 lojas e 700 vagas para estacionar. A meta do local é ampliar o faturamento em R$ 720 milhões, 15% a mais do que no ano passado.

No Mauá Plaza Shopping, as obras começaram neste ano e foram R$ 20 milhões investidos para somar 7.000 m² de ABL, para 52 novas unidades. No Metrópole, em São Bernardo, mais 31 lojas serão abertas neste semestre, com investimentos de R$ 52,7 milhões. O Shopping Praça da Moça não quis divulgar informações de aportes nem o faturamento, tampouco o valor médio gasto pelos clientes. O Shopping ABC também computa investimentos para revitalizações. Gastou R$ 5 milhões em meados de 2009 para a primeira etapa. Procurado, garantiu que a cifra para a segunda fase do projeto, prevista para encerrar em novembro, "será muito maior", sem dizer quanto. O complexo e o Metrópole são geridos por empresas de capital aberto.

O Ibope prevê cenário de ouro para o segmento nos próximos dois anos. Assegura alta de 23% no período, com 96 complexos em etapa avançada de desenvolvimento e implementação. Todas serão entregues até 2014. Serão mais 2,96 milhões de m² para compras e lazer, que irão comportar 18.040 lojas.

 

Empresas apostam em cidades pequenas

Com os lançamentos de shoppings previstos para os próximos dois anos, 27 cidades com população abaixo de 600 mil habitantes terão seu primeiro centro de compras e lazer, segundo a pesquisa do Ibope Inteligência, com dados do setor. É o caso de São Caetano. Com inauguração do complexo prevista para 27 de outubro, a população de 149.263 habitantes terá centro focado nas classes mais abastadas da cidade e região. No local, vão funcionar 223 lojas. Previsão é de que o cliente gaste até R$ 900 em compras.

A pesquisa afirma que as empresas investidoras estão de olho nas cidades de menor porte para fincar terreno, buscando sair dos grandes centros urbanos. "Do ponto de vista regional, no entanto, continuará elevada a concentração de novos empreendimentos na região Sudeste", atesta o diretor de geonegócios do Ibope Inteligência, Antônio Carlos Ruótolo.

Ele considera que complexos de porte maior atraem 2,5 vezes mais consumidores do que estabelecimentos de compras menores. No Grande ABC, dos cinco shoppings em funcionamento, três são considerados de porte grande, por terem ABL acima de 35 mil m²: Grand Plaza Shopping, Mauá Plaza Shopping e Shopping ABC.

Ruótolo afirma, porém, que é nos menores que a visita se torna mais recorrente entre os clientes, por estarem mais integrados ao cotidiano dos visitantes. Neste perfil estão o Praça da Moça e Metrópole.

O estudo afirma que, para 2012, a previsão é de mais 47 novos shoppings em funcionamento no País. Desse número, mais dois complexos vão abrir as portas na região, ambos em São Bernardo. Caso do Golden e do São Bernardo Plaza Shopping.

DEMANDA - Enquanto a população caminha para atingir 193 milhões de habitantes até o fim do ano, no mesmo período, a demanda qualificado para os produtos comprados nos shoppings somará R$ 425 bilhões. Ela é fruto das classes média e alta, que compõem 80% das vendas nesses estabelecimentos, conforme a pesquisa.




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