Mateus Amaral Mariano, 6 anos, de São Caetano, não é superfã de banho, mas sabe que precisa tomar todos os dias. "Fico limpo e cheiroso."Na hora de lavar o cabelo, o garoto redobra a atenção. "Tomo cuidado para não deixar o xampu cair no olho." Curioso, ele quer saber porque arde tanto.

Tanto o xampu como todas as outras substâncias químicas podem provocar irritação quando entram em contato com os olhos. Isso acontece porque são órgãos muito sensíveis, revestidos por uma membrana bem fininha, que protege a bolinha de dentro, formada pela íris e pela pupila.

Quando o xampu entra em contato com os olhos, essa membrana absorve as substâncias químicas do produto e provoca irritações. Para se proteger, a gente tem a tendência de fechar os olhos, que ficam vermelhos, doloridos e coçando. O organismo entende que algo está incomodando, e o cérebro dá uma ordem para aumentar a produção de lágrimas.

O mesmo acontece se um pouco de sabonete, creme, protetor solar, areia, poeira e até cílios caírem nos olhos. O recomendado nessa hora é jogar bastante água para limpar a área e eliminar a substância. E lembre-se: lave sempre as mãos antes de encostá-las nos olhos para evitar a entrada de qualquer tipo de bactéria.

Detergente - O xampu é fabricado com substâncias químicas que têm a função de eliminar a sujeira, a pele morta e a gordura acumuladas no couro cabeludo. Funciona como um detergente, removendo a oleosidade.

Existem xampus para vários tipos de cabelo. Os indicados especialmente para crianças possuem menos produtos químicos. Outros, como o anticaspa, contêm fungicidas para matar os fungos, mas são mais fortes.

Consultoria do dermatologista Valter Claudino, do Hospital Beneficência Portuguesa

Banho todo dia?
O banho serve para eliminar a pele morta, que é sua descamação natural, além de germes e bactérias, que vivem naturalmente no corpo. A tarefa desses seres é impedir que outros micro-organismos perigosos à saúde se instalem ali. Mas se ficarem acumulados, eles mesmos podem provocar doenças.

Esse hábito surgiu no século 8 a.C., com gregos e romanos, que se banhavam em grupo, em salões, que passaram a ser proibidos por volta de 300 d.C.. Com isso, começaram a ter piolhos, pulgas e doenças.

No século 14, a peste bulbônica (transmitida pela pulga que vive no rato) se espalhou pela Europa e matou 25 milhões de pessoas. Na época, acreditava-se que o contato da água quente com a pele aumentava o risco de doenças, que amolecia o organismo e impedia o crescimento; por isso, crianças não tomavam banho.

No século 19 descobriu-se que a falta de higiene era a principal causa de morte. A partir daí, o banho passou a fazer parte da rotina dos europeus. Os brasileiros já tinham esse hábito. Quando os portugueses chegaram, aprenderam a tomar banho com os índios. s

Olho no piolho
Se a cabeça não para de coçar, se liga: pode ser piolho. O inseto, que mede de 2 a 3 milímetros, tem corpo achatado e seis patas, vive sugando sangue do couro cabeludo. Ao contrário do que se pensa, ele também gosta de cabelos limpos. A forma mais fácil de ter a cabeça infestada é por meio do contato direto com quem está contaminado. Para se prevenir, não use bonés, pentes, travesseiros e capacetes de outras pessoas. Em geral, quem pega piolho não conta pra ninguém, mas isso só piora a situação. Quanto antes iniciar o tratamento, mais cedo se livra dele. Há xampus indicados para isso.

Sabão de cão?
É verdade sim que, para fazer sabão, utiliza-se gordura animal - o sebo - ou óleo vegetal. Mas é mentira a história de que usam-se os cachorros apreendidos para isso. Em geral, são fabricados com gordura de boi. Na fábrica, o sebo é cozido e submetido a um processo químico para ficar branquinho e eliminar o cheiro ruim. Depois, recebe soda cáustica, gordura vegetal, corantes e perfumes.

Saiba mais
O primeiro xampu foi produzido na Alemanha em 1890. O nome nasceu na Inglaterra: xampu veio do hindu champo, que significa massagear. Faz espuma porque tem lauril sulfato de sódio, substância com a função de detergente.

O chuveiro foi criado pelos gregos por volta de 1350 a.C., na forma de tina. O modelo de hoje, como ducha, é invenção do médico Delabost, em 1872, para melhorar a higiene dos presos.