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Barracas de frutas faturam 70% a mais
Michele Loureiro
Do Diário do Grande ABC
25/12/2008 | 07:36
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Claudinei Plaza/DGABC


Uvas, melancia, pêssego, ameixa, manga e abacaxi. Segundo os comerciantes de frutas da região estes são os itens mais procurados pelos consumidores.

Um dos trabalhadores da Barraca do Coco, - situada no Bairro Pirelli, em Santo André -, garante que a véspera do Natal é o dia mais movimentado do ano, data em que o faturamento aumenta cerca de 70%. "As pessoas deixam para comprar as frutas na última hora para preservar a qualidade, por isso o dia tem movimento intenso", conta Audísio Régis.

Para dar conta do aumento da demanda, o número de funcionários da barraca dobrou. "Geralmente somos quatro trabalhadores, mas excepcionalmente na véspera de Natal contratamos ajuda e somamos em oito atendentes", conta o funcionário.

A barraca funciona 24 horas por dia até 1º de janeiro. "Até lá nosso movimento é intenso, e no Ano Novo o faturamento volta a crescer cerca de 60%", diz Audísio.

Na pequena barraca improvisada a beira de uma avenida no Jardim do Estádio, também em Santo André, o comerciante Antônio Pereira espera incremento de 50% nas vendas. "O Natal é a principal data para os negócios. A uva vendida na barraca já acabou, pois a procura é realmente muito grande", conta o varejista, que atua no ramo das frutas há 20 anos.

Segundo Pereira, o Ano Novo é responsável por um aumento um pouco menor nas vendas, de cerca de 40%. "No Natal as pessoas costumam estar com a família, se reunir a meia noite para comer. Já no Ano Novo, a comemoração é mais solta e algumas pessoas optam pelo churrasco e não pela ceia clássica", explica o comerciante.

Para facilitar a vida dos clientes, o comerciante Lúcio Moura, de São Bernardo improvisou a kombi das frutas. "Os clientes não precisam me procurar, eu os encontro", conta.

Há cinco anos, Moura anda por três bairros de São Bernardo todas as vésperas de Natal. "Peço a kombi do meu cunhado emprestada e apenas em um dia de trabalho consigo ganhar cerca de R$ 500".

Preços - Aproveitando a ocasião natalina, alguns comerciantes exageram nos preços e a variação pode chegar até a 100%. Uma caixa de manga tommy custa R$ 3 em uma barraca de Santo André e a menos de 1 km, a mesma quantia da fruta é vendida a R$ 6. O mesmo acontece com a caixa de uvas, que custa de R$ 12 a R$ 20.

"Os comerciantes aproveitam que os consumidores não têm disposição, nem tempo, para pesquisar e abusam nos preços. Mas com certeza quem pesquisa paga mais barato", comenta a dona-de-casa Miliane Souza Pinho, que antecipou todas as compras, com exceção das frutas. "Não há como comprar uma melancia com antecedência, por exemplo. Por isso essa correria na véspera do Natal e o abuso dos comerciantes", diz.

Os próprios comerciantes assumem que o preço das frutas cai depois do Natal. "Entre os dias 26 e 30 os valores caem, depois disso voltam a subir por causa do ano novo", conta um deles.

Comodidade - Para a ceia que será composta por nove pessoas, a moradora de Santo André, Maria Luiza Matos Rodrigues, destinou cerca de R$ 50 para as frutas. "Para evitar os supermercados abarrotados, com filas intermináveis, optei por comprar em uma barraca de frutas. Assim, sou atendida rápido e tenho tempo para resolver os outros preparativos para o Natal", conta.




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