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Adolescente foi mantida em cativeiro por oito anos pelo tio
16/05/2009 | 08:25
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Uma adolescente de 17 anos fugiu anteontem da casa onde era mantida em cárcere privado pelo tio há oito anos, no Butantã, Zona Oeste de São Paulo. A jovem disse à polícia ter sido agredida e abusada sexualmente pelo caseiro João Paulo Tavares da Silva, 46 anos, que está preso.

A garota contou à polícia que levou uma surra de vassouradas do tio na tarde da quinta-feira. Os golpes atingiram os braços e pernas da adolescente. O motivo teria sido porque o caseiro achou que a jovem havia tirado a sobrancelha.

Naquela noite, por volta das 20h, a menina, que estava trancada em casa, achou a chave do portão da frente e conseguiu fugir. Foi correndo até a 3ª Companhia do 16º Batalhão da Polícia Militar, que fica próximo à chácara onde ela mora, na Rua Bijari, e contou o caso para os policiais.

Os PMs foram até a casa dela, mas só encontraram a mulher do caseiro. A dona de casa de 33 anos com quem Silva tem dois filhos, de 8 e 9 anos, forneceu o número do telefone celular do marido.

PRISÃO - Para atrair o acusado, os policiais ligaram e disseram que a menina estava na sede da Companhia e não sabia voltar para casa. Ele foi preso em flagrante no momento em que chegou ao local para buscá-la, por volta das 21h.

A adolescente foi levada ao Hospital Pérola Byington, onde passou por exames para detectar a extensão dos abusos. Os resultados levam de 15 a 30 dias para ficarem prontos. Em seguida, a jovem voltou para casa com a tia.

A adolescente afirmou aos policiais que sofria a violência sexual desde os 9 anos, quando foi trazida de Minas Gerais pelo tio, que é irmão da sua mãe. Lá, a adolescente morava com a avó materna.

O CÁRCERE - Conforme a tenente da PM Iara de Oliveira, F. declarou ainda que não podia sair de casa sem o tio - ela permanecia trancada e sem comunicação - e que nunca foi levada ao médico. A jovem disse que estudou até a 3ª série do Ensino Fundamental, quando morava em Minas Gerais, e que foi impedida pelo tio de continuar frequentando a escola.

Segundo o depoimento da vítima, Silva tinha um ciúme excessivo da sobrinha e praticava os abusos sexuais diariamente. A mulher do acusado afirmou à polícia que desconhecia os abusos, mas que estranhava o ciúme do marido pela adolescente.

Segundo a tenente, o caseiro negou os abusos sexuais e o cárcere privado. Silva chegou a dizer que era a sobrinha quem tentava seduzi-lo. Além do cárcere privado, ele responderá por abandono intelectual, lesão corporal e atentado violento ao pudor.




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