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Vereadora do PT pode sofrer processo disciplinar
Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
09/06/2010 | 07:43
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Ari Paleta/DGABC


Voto contrário à privatização da ETCD (Empresa de Transporte Coletivo de Diadema) na reunião da cúpula petista anteontem na sede municipal, a vereadora Irene dos Santos poderá sofrer processo disciplinar no PT, caso mantenha posicionamento na votação oficial do projeto de lei do Executivo na sessão de amanhã na Câmara.

Apesar da ideologia historicamente contrária à política de privatização do governo do PSDB, desta vez os petistas terão de se render e votar a favor do fechamento da empresa municipal de transporte coletivo instituída em 1987, e, consequentemente, abrir licitação para concessão das cinco linhas operadas pela ETCD. Isso é o que ficou decidido na reunião extraordinária e que os cinco vereadores petistas do Legislativo terão de acompanhar no voto.

Por isso, o presidente do PT de Diadema, Josemundo Dario Queiroz, o Josa, aposta no "bom-senso" da vereadora e descarta, a princípio, qualquer questionamento disciplinar em relação a Irene. "É prematura essa discussão", reforça o dirigente, ao acrescentar que a direção do partido "ainda" conversará com a petista amanhã, antes da sessão das 14h.

Apesar de colocar panos quentes, Josa deixa um recado para a companheira. "A manifestação contrária é legítima, mas a vereadora sabe que tem de se seguir a orientação partidária no caso ETCD. Ou seja, votar a favor do projeto", aponta. E lembra que foram 34 votos a favor e "apenas" quatro contrários.

Acostumada com embates dentro do próprio partido e questionada ontem sobre a possibilidade de seu posicionamento contrário vir a ser analisado pela Comissão de Ética, Irene foi taxativa: "Tudo bem". Depois do susto, afiou o discurso de integrante da Articulação de Esquerda, corrente mais radical dentro do PT e que se reúne hoje para discutir a postura no dia da sessão. "O voto pelo ‘sim' ou pelo ‘não' será de acordo com o posicionamento político e coletivo do meu grupo", afirma a vereadora, ao deixar no ar o que será decidido.

Fontes ligadas ao governo Mário Reali (PT) confirmaram que a vereadora poderá sofrer represálias, além de estar sendo pressionada.




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