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Borghettinho divide palco com Chango no Sesc Sto.André
Gislaine Gutierre
Do Diário do Grande ABC
20/08/2003 | 19:43
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Com o gaitista-de-ponto gaúcho Renato Borghetti e o acordeonista argentino Chango Spasiuk, o Sesc Santo André inicia nesta quinta-feira sua programação musical dentro da Mostra Sesc de Artes – Latinidades, evento multicultural que prossegue até 31 deste mês nas unidades do Sesc de São Paulo, interior e litoral. O show começa às 21h, com ingressos cujos preços variam de R$ 5 a R$ 14.

Nesse encontro inusitado, Borghetti alternará ritmos simples e típicos do Rio Grande do Sul com músicas mais sofisticadas, que incorporam características do jazz e da música erudita. O argentino, por sua vez, mostrará um pouco de suas raízes culturais e da influência da cultura ucraniana em seu trabalho.

Se em São Paulo muita gente ainda desconhece o trabalho de Borghetti, entre os gaúchos ele é o Borghettinho, um ícone da cultura local que faz inúmeros shows no exterior. A adoração dos conterrâneos tem motivo. Borghetti começou sua trajetória reverenciando a cultura gaúcha, em shows realizados nos CTGs (Centro de Tradição Gaúcha). Seu pai, Rodi Pedro Borghetti, foi patrão do CTG 35.

Começou a apresentar-se nesses palcos aos 15 anos de idade, mas já tocava desde os 10, quando ganhou a primeira gaita de seu pai. Sua estréia profissional foi aos 16, em um festival de música regional no Rio Grande do Sul.

Em 1984, Borghetti lançou seu primeiro disco, Gaita Ponto, gravado de favor em um estúdio caseiro e que vendeu cerca de 100 mil cópias. No álbum, 12 faixas com solos de gaita, algumas delas compostas 50 anos antes, por vizinhos gaúchos e argentinos. E Borghetti surpreendia ao superar as limitações de sua gaita-ponto, uma sanfona de pequeno porte com botões no lugar das teclas.

Nos anos 80, participou de vários festivais – entre eles o Free Jazz – e fez shows de Maceió a Munique e Stuttgart. Em 1991, recebeu o prêmio da APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) pelo melhor disco do ano na categoria regional.

Curioso é que Borghetti tem lá seus pontos de convergência com Chango Spasiuk. O argentino nasceu na pequena cidade de Apóstoles, em Misiones, uma região fronteiriça com o sul do Brasil e do Paraguai. Um região rural, onde se plantava erva-mate e cultivava a música folclórica, sobretudo o chamamé.

Spasiuk cresceu bebendo na fonte da cultura local e da ucraniana, da qual descende por conta de seus avós. Seu instrumento é o acordeão, um quase primo da gaita-ponto. Espera-se, portanto, um show rico em informações, ritmos e criatividade. Esse encontro se repetirá mais duas vezes: na sexta-feira, no novo Sesc Dino Bueno e, no sábado, no Sesc Santo Amaro.

Mostra Sesc de Artes – Latinidades – Show com Renato Borghetti e Chango Spasiuk. Quinta-feira, às 21h. No Sesc Santo André – r. Tamarutaca, 302. Tel.: 4469-1200. Ingr.: R$ 5 (comerciários), R$ 7 (usuários do Sesc, estudantes e maiores de 65 anos) e R$ 14.




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