A ideia de adotar esse porcentual foi revelada pelo Estado em abril. A definição de quantas vagas serão destinadas ao Enem em cada uma das graduações ainda será discutida internamente nas faculdades e nos conselhos superiores da USP. O uso do exame é uma das principais apostas da reitoria para elevar os índices de inclusão. Entre as unidades favoráveis estão Medicina, Direito, Economia, Administração e Contabilidade (FEA) e Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Nos câmpus do interior, a maioria também aprovou a ideia.
Já outras, como a Escola de Comunicação e Artes (ECA) e a Engenharia de São Carlos, resolveram não aderir. Também há os que não se manifestaram, caso da Poli e da USP Leste.
Segundo o pró-reitor de Graduação da USP, Antônio Carlos Hernandes, essa proporção de respostas positivas já indica que é certo o uso do exame na instituição. "Se cada uma das 28 unidades colocar um curso (com vagas abertas para o Enem), teremos 28 cursos (no Sisu)."
A ideia da pró-reitoria é que as vagas pelo Enem sejam disputadas só por estudantes de rede pública. "O mesmo aluno vai ter duas oportunidades para entrar em um curso na USP: a própria Fuvest e o Sisu", diz Hernandes. Até hoje, a universidade nunca adotou cotas, mas um sistema de bônus no vestibular.
A diferença entre os testes, segundo Hernandes, também ajuda os candidatos. "Na Fuvest, o foco no conteúdo é muito importante, pesado. E o Enem mede outras habilidades", explica. "Você tem dois exames distintos, com datas distintas e pode concorrer nos dois." O Sisu também facilita a mobilidade: candidatos de todo País podem concorrer à vaga pelo sistema.
Na semana passada, a pró-reitoria enviou uma proposta de número de vagas para cada faculdade. A proporção varia de acordo com o grau de inclusão social e a concorrência no vestibular. Na Medicina, por exemplo, seriam 25 das 175 cadeiras pelo Enem - 14,3% do total. A parcela de 15% das vagas disputadas pelo exame seria uma média para toda a USP.
As faculdades têm até o dia 12 de junho para responder à pró-reitoria sobre as sugestões. Depois, o tema será votado ainda em junho no Conselho de Graduação e no Conselho Universitário, órgão máximo da USP. No último vestibular, a universidade ofereceu 11.057 vagas e teve 35,1% de matriculados vindos da rede pública. A meta é ter metade dos alunos de escola pública até 2018. A expectativa da reitoria é de que as mudanças já entrem em vigor no próximo processo seletivo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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