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Etanol é usado em 65% da frota flexível
Wagner Oliveira
Do Diário do Grande ABC
30/09/2009 | 07:00
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Divulgação


No carro bicombustível, o álcool é o combustível mais usado. Dois levantamentos realizados por instituições diferentes apontam na mesma direção: 65% dos cerca de 8 milhões de veículos já vendidos com a tecnologia usam, preferencialmente, o combustível renovável no Brasil.

Os estudos foram feitos pela Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo e pela Unica (União da Indústria da Cana-de-açúcar). Em ambos os relatórios foram avaliados dados como renovação, envelhecimento e o total da frota de veículos em circulação - estimada em 24 milhões de unidades em todo o País.

Além disso, foi apurada a oferta de combustíveis em todos os Estados. Fatores como a variação da safra também acabam impactando o setor, que forma seus preços a partir da produção e impostos.

"Apesar da disparidade dos impostos nos Estados, principalmente entre os que não produzem cana-de-açúcar, o etanol é o combustível mais usado atualmente no País", afirmou Francisco de Nigro, assessor técnico da Secretaria de Desenvolvimento do Estado de São Paulo.

De acordo com Nigro, a preferência pelo álcool está ligada diretamente ao bolso do consumidor - o etanol só é vantajoso enquanto seu preço for equivalente a até 70% do valor da gasolina.

O poder de regular o mercado foi a grande vantagem da introdução da tecnologia flex a partir de 2003 no Brasil, com o lançamento do VW Gol Total Flex. Do ponto de vista ambiental, também há ganho, já que o etanol emite 89% menos CO na atmosfera.

"Com um motor que roda a álcool, gasolina ou os dois combustíveis em qualquer proporção, o consumidor passou a dar as cartas e regular o mercado", afirmou Nigro.

No Estado de São Paulo, onde o ICMS (Imposto sobre Circulaçao de Mercadorias e Serviços) é de 12%, cerca de 93% dos consumidores, de acordo com o levantamento, utilizam etanol o ano inteiro. No Rio Grande do Sul, onde a alíquota do ICMS é de 25%, é a gasolina que tem preferência de mais de 90% dos consumidores, já que o álcool não tem preço competitivo, também por fatores logísticos.

Projeções da Unica apontam para contínuo crescimento do etanol no País, já que a frota flex só vai aumentar. Atualmente, 11 montadoras oferecem 84 modelos flex no Brasil.

Neste ano, 88,3% dos cerca de 3 milhões de veículos comercializados - estimativa da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) - no País serão flexíveis. Ficam de fora deste montante caminhões, comerciais leves a diesel e carros importados.

Em 2015, projeção da Unica indica que 65% da frota circulante de 30 milhões de veículos será bicombustível. "É um mercado promissor", disse Luciano Rodrigues, assessor econômico da Unica.

Neste ano, a entidade prevê a venda de 27 bilhões de litros de etanol. Em 2020, estima a comercialização de 65,3 bilhões de litros. Anualmente, são vendidos no País 25 bilhões de litros de gasolina e 40 bilhões de litros de diesel.

Nos últimos cinco anos, o Brasil recebeu US$ 20 bilhões em investimento em pelo menos cem novas usinas. Deste total, 23 estão sendo inauguradas ao longo deste ano.




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